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Gustavo Petro critica silêncio da OEA sobre ataques dos EUA nas Caraíbas

O presidente colombiano questionou o mutismo da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do seu sistema de direitos humanos perante os ataques executados por Washington em território caribenho.

Petro questionou o mutismo da OEA sobre os ataques dos EUA no Mar das Caraíbas Créditos / PL

«Se a administração de Trump está a violar o direito internacional ao atacar pessoas com força desproporcional e excessiva no Mar das Caraíbas – ou seja, execuções extrajudiciais, como diz a ONU –, porque é que a OEA não se reúne para estudar este problema das violações sistemáticas dos direitos humanos nas Caraíbas?», perguntou Gustavo Petro.

Na sua conta de Twitter (X), o chefe de Estado também expressou a sua inquietação sobre o facto de não existirem até à data medidas cautelares por parte da comissão dos direitos humanos em Washington.

«Medo de ser iguais no contexto americano? A que se deve o silêncio do progressismo e dos governos», questionou Petro, para de seguida perguntar: «A convenção americana de Direitos Humanos subscrita pelos EUA é unilateral? Só serve contra estados latino-americanos e caribenhos e não é americana?»

Depois de lançar estas questões, o presidente da Colômbia afirmou que «ou somos um continente de nações soberanas, ou somos um continente colonizado por um império».

ONU acusa EUA de perpetrar execuções extrajudiciais nas Caraíbas

As questões e denúncias formuladas por Gustavo Petro este sábado seguem-se às acusações lançadas pela ONU contra os Estados Unidos em Genebra, no dia anterior, relacionadas com os ataques a embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico (de acordo com o governo de Donald Trump).

«Mais de 60 pessoas foram mortas numa série contínua de ataques perpetrados pelas Forças Armadas norte-americanas contra embarcações nas Caraíbas e no Pacífico desde o início de Setembro, em circunstâncias que não encontram qualquer justificação no direito internacional», afirmou em comunicado o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk.

O funcionário da ONU confirmou que as pessoas a bordo das embarcações foram vítimas de «execuções extrajudiciais», e sublinhou que «estes ataques e o seu crescente custo humano devem acabar», «independentemente dos alegados crimes que lhes sejam imputados», indica a agência EFE.

A ONU, que discorda dos argumentos com que os EUA tentaram justificar os ataques a embarcações – operações necessárias contra o narcotráfico e o terrorismo –, sublinha que não estão em causa hostilidades declaradas ou um conflito armado, e que não existem motivos para os EUA se evadirem às normas do direito internacional humanitário.

Neste sentido, reclamou a investigação rápida, independente e transparente dos assassinatos levados a cabo pelos Estados unidos.

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