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Colômbia: ouro confiscado ao narcotráfico vai ajudar as crianças de Gaza

Gustavo Petro ordenou o envio do ouro confiscado ao tráfico de droga para o apoio médico às crianças feridas durante o massacre em Gaza. Criação de exército mundial para a reconstrução vai ser levada à ONU pela Colômbia.

Um pai e o seu filho fogem, com milhares de outros palestinianos, para o sul da Faixa de Gaza, tentando escapar aos bombardeamentos indiscriminados de Israel, Bureij, 9 de Novembro de 2023. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, anunciou hoje que o seu país vai apoiar a denúncia apresentada pela Argélia contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra, no Tribunal Penal Internacional. 
CréditosHaitham Imad / EPA

A Sociedade de Activos Especiais (SAE), responsável pela gestão do material confiscado ao narcotráfico, já está a estudar a implementação da ordem de Gustavo Petro, presidente da Colômbia. Já está a ser realizada «a análise técnica e normativa necessária para estabelecer os mecanismos que permitam, dentro do quadro legal vigente, cumprir a orientação presidencial», anunciou, na terça-feira, a SAE. 

A ordem presidencial foi anunciada na segunda-feira por Petro, nas suas redes sociais – «a SAE deve enviar imediatamente o ouro confiscado aos traficantes de drogas para o tratamento médico das crianças feridas» na Palestina. A publicação dava ainda conta da proposta colombiana para criar um exército mundial para ajudar na reconstrução de Gaza, a entregar nas próximas semanas na ONU.

O Comité dos Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas estima que pelo menos 21 mil crianças palestinianas tenham sofridos lesões permanentes, incapacitando-as para o resto da vida, num total de mais de 40500 crianças feridas pelo massacre israelita. Ao longo dos 23 meses deste genocídio, uma criança foi assassinada por hora - uma sala de aula inteira por dia - num total de mais de 20 mil mortes.

No final do mês de Agosto, Petro denunciou os crimes das forças de ocupação israelitas na Faixa de Gaza em plena sessão das Nações Unidas: «quem aceita este genocídio é anti-humano; nem animais fariam tal coisa». A participação subsequente num protesto em Nova Iorque, onde exortou os militares norte-americanos a «desobedecer às ordens de Trump».

«Quero que os jovens, filhos e filhas de trabalhadores e agricultores, tanto de Israel como dos Estados Unidos, apontem as suas armas não para a humanidade, mas contra os tiranos e os fascistas». Estas declarações valeram-lhe a remoção do visto para entrar nos Estados Unidos: pouco importa, Petro é um «cidadão do mundo».

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