Funcionários governamentais sandinistas anunciaram, esta quarta-feira, ter alcançado um acordo abrangente com a China visando estabelecer as bases para o desenvolvimento de projectos em diversas áreas.
Segundo refere el19digital.com, participaram na cerimónia de assinatura do acordo, em Manágua, representantes dos ministérios nicaraguenses da Energia, Saúde, Transportes e Infra-estruturas, entre outros. A parte chinesa esteve representada por diversas empresas estatais, que serão responsáveis pelo andamento dos projectos.
O memorando garante o investimento chinês na construção de hospitais e no fornecimento de equipamento médico, no desenvolvimento de energias renováveis, na construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias, bem como na área de água e saneamento.
Só na área da geração e distribuição de energia eléctrica, os acordos prevêem o investimento de 564 milhões de dólares da China no país centro-americano, segundo revelou Salvador Mansell, ministro nicaraguense da Energia e Minas.
Restabelecimento das relações diplomáticas e crescimento da cooperação
Este memorando de entendimento abrangente segue-se à adesão oficial da Nicarágua à Iniciativa Cinturão e Rota, promovida pela China, há cerca de um mês. Na ocasião, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, destacou a importância de fazer frente à «hegemonia» dos EUA, «cujo fim é um facto».
No final de Janeiro, o governo sandinista anunciou o apoio da China ao projecto de construção de casas para famílias trabalhadoras e carenciadas, dinamizando um programa habitacional já existente, o Bismarck Martínez.
O programa foi assim designado em honra de Bismarck Martínez, sandinista que trabalhava no município de Manágua e que foi sequestrado, torturado e assassinado por membros da extrema-direita durante a violenta tentativa de golpe de Estado em 2018, apoiada pelos Estados Unidos.