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|repressão sindical

Unidade nas escolas de Gondomar contra «fascismo bafiento» do Ministério da Educação

A DGEstE instaurou um processo contra a directora do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar, por causa de uma faixa. «É uma tentativa de silenciar a luta dos professores», considera Mário Nogueira, da Fenprof.

A faixa pendurada nas grades do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar motivou um processo disciplinar contra a directora, por parte da DGEstE, Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. 
A faixa pendurada nas grades do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar motivou um processo disciplinar contra a directora, por parte da DGEstE, Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. Créditos / Agrupamento de Escolas Júlio Dinis

Em cima do portão de entrada do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em Gondomar, está pendurada uma faixa preta com a mensagem: «Estamos a dar a aula mais importante das nossas vidas». Ao lado, com menos destaque, já dentro da escola, os professores e educadores responsáveis pelas mensagens de protesto tornam claros os seus motivos: a luta é «pela escola pública».

A posição dos profissionais deste agrupamento não foi, no entanto, bem recebida pelos serviços do Ministério da Educação (ME) deste Governo PS. A Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) instaurou um processo disciplinar contra a directora da Júlio Dinis, que se limitou a autorizar os colegas a usar o gradeamento para deixar o seu protesto.

«Esta tarja foi concebida, paga e colocada pelos professores do agrupamento que, em Fevereiro, consideraram que deviam mostrar à comunidade, de forma explicita, que todos os dias, se empenham para dar aos seus alunos o melhor de si», refere um abaixo-assinado subscrito por dezenas de professores e educadores de Gondomar.

«Numa altura em que a profissão é por tantos desprezada e desrespeitada, consideramos que devíamos deixar claro que esta é uma profissão de gente empenhada, que muitas vezes deixa para trás a sua vida pessoal e a sua família em prol dos seus alunos». 

O comunicado lamenta ainda que, a passos largos de se comemorar os 50 anos da revolução de Abril de 1974, que consagrou o direito à liberdade de expressão, de protesto, reunião e manifestação, haja ainda «comportamentos que parecem nascidos no tempo da ditadura». Os professores do Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, em «total solidariedade» com a directora, exigem ser também incluídos neste processo.

Sindicato dos Professores do Norte (SPN/Fenprof) convoca protesto para dia 6 de Outubro

«Não podemos, enquanto organização representativa dos professores do Norte e defensora dos direitos e liberdades constitucionais, ficar indiferentes a esta situação», afirma o SPN, em comunicado enviado ao AbrilAbril. Para além da concentração agendada para dia 6 de Outubro, às 8h, à porta do agrupamento, o sindicato refere a sua disponibilidade para representar judicialmente todos os seus associados envolvidos.

Em declarações prestadas ao JN, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN), considera que «instaurar um processo disciplinar a uma directora, quando se trata de uma situação absolutamente normal, significa uma atitude persecutória a essa pessoa».

Atendendo ao que chama «fascismo bafiento» desta prática do ME, a Fenprof ponder «apresentar uma queixa junto do Ministério Público contra quem tomou a decisão de instaurar um processo destes, que é de natureza fascista e uma inconstitucionalidade».

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