Num último esforço para encontrar soluções de modo a evitar as greves na Transtejo e na Soflusa, os sindicatos reuniram-se esta segunda-feira com a administração das duas empresas, tendo flexibilizado a sua posição. No entanto, critica a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), através de comunicado, «encontraram do outro lado o bloqueio imposto pelo Governo do PS, que aposta no congelamento dos salários de quem trabalha».
A estrutura sindical defende que os transtornos causados à população «são da responsabilidade das opções do Governo», que «não responde aos problemas» da Transtejo e Soflusa. A par da valorização dos trabalhadores, os sindicatos realçam a necessidade de recuperar a frota, que «cada vez tem mais navios imobilizados».
«Sem trabalhadores e navios não há transporte fluvial», constata a Fectrans, que caracteriza a «posição de bloqueio» do Governo como uma chantagem sobre trabalhadores e utentes, «na óptica de aproveitamento do actual momento de eleições no País».
A greve parcial dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa decorre entre hoje e a próxima quinta-feira. A Federação reitera a «disponibilidade dos sindicatos para soluções que possam evitar mais uma greve que os trabalhadores não desejam, mas que não deixarão de fazer perante uma posição do ministro do Ambiente, que ouve as reivindicações e as possíveis soluções, mas que depois nada responde».
Os trabalhadores das duas empresas estiveram em greve no passado mês de Maio voltando a paralisar parcialmente em Junho e Julho.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.