|Refinaria da Petrogal

Trabalhadores rejeitam encerramento da refinaria

Os trabalhadores da Petrogal manifestaram-se hoje em frente à sede da Galp, em Lisboa, contra o encerramento anunciado da refinaria de petróleo em Leça da Palmeira, Matosinhos.

CréditosMário Cruz / Lusa

Os trabalhadores chegaram às Torres de Lisboa, onde está sediada a Galp, pelas 10h30, e concentraram-se em frente à porta principal, gritando «A Petrogal é nossa, não é do capital», para protestar contra o encerramento de uma instalação que consideram necessária para a região e para as famílias que dependem daqueles postos de trabalho, antes de seguirem para a residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.

Os trabalhadores ali reunidos aprovaram por unanimidade uma resolução para entregar à administração da Petrogal, que, entre outros pontos, contesta o argumento da transição energética como motivo para o encerramento da refinaria de Matosinhos, exige investimentos e a aposta na formação profissional, com vista à modernização daquela estrutura e a sua reconversão numa refinaria de biocombustíveis.

«Continuamos a acreditar na permanência da refinaria, na sua requalificação, modernização e permanência no concelho e, claro, na manutenção dos postos de trabalho», disse aos jornalistas Telmo Silva, membro da comissão de trabalhadores.

A trabalhar na Petrogal há 16 anos, o dirigente sindical espera por lá continuar «mais uns quantos», apesar do impacto que a notícia gerou quando foi tornada pública a 21 de Dezembro.


«Caso o encerramento se concretizasse seria de enorme destruição do Norte do país, sobretudo da economia local. Além disso, Portugal veria a sua dependência exterior crescer porque deixaria de produzir determinados produtos», alertou Telmo Silva que pede a intervenção política do primeiro-ministro, dado o Estado ser accionista da Galp com uma participação de 7%, através da Parpública.

Este protesto é já o segundo depois se terem juntado frente aos paços do concelho de Matosinhos a 12 de Janeiro.

A Galp anunciou em Dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano. Até agora, o Governo recusou-se a tomar uma posição de defesa deste complexo industrial estratégico.

Por sua vez, a maioria dos autarcas da região mantém o silêncio sobre a perda de postos de tabalho e os reflexos do anunciado encerramento na economia local e regional. A decisão põe em causa 500 postos de trabalho directos e mil indirectos, conforme estimativas dos sindicatos.

Para além da secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, marcaram presença no protesto as deputada do PCP, na Assembleia da República, Diana Ferreira, e no Parlamento Europeu, Sandra Pereira.

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