A paralisação deste 10 de Junho foi marcada no quadro de uma convocação realizada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN) na altura da Páscoa, com prazo até 31 de Dezembro. O objectivo é alcançar uma resposta da tutela a reivindicações antigas destes trabalhadores, segundo os quais os dias feriados trabalhados são insuficientemente pagos, assim como as horas realizadas de trabalho suplementar.
Contactado pela agência Lusa, Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, indicou que «até ao momento não houve qualquer resposta da tutela», o anterior Ministério da Cultura e agora Ministério da Cultura, Juventude e Desporto.
«Nos feriados anteriores houve forte adesão à greve e muitos dos mais importantes equipamentos culturais tiveram de encerrar», disse Orlando Almeida, acrescentando que os sindicatos vão renovar o pedido de reunião com a nova ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.
Em Abril, o dirigente sindical tinha indicado que a federação se tinha reunido um mês antes com a anterior ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e com a administração da Museus e Monumentos de Portugal. «Não houve nem abertura para negociar, nem uma proposta sequer» por parte da tutela, criticou Orlando Almeida, salientando que os sindicatos estavam abertos à negociação, «mas com algo de concreto».
Segundo o responsável, os trabalhadores dos museus, monumentos e sítios arqueológicos de tutela pública recebem, em dias feriados, cerca de 15 a 20 euros, o que representa «metade de um dia normal», e são-lhes pagas apenas até duas horas suplementares, embora por vezes tenham de trabalhar mais do que esse tempo no total.
«Há anos que este problema se arrasta, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão no sentido de valorizar o trabalho prestado em dias feriados nos museus, monumentos e sítios classificados»,alertou, por outro lado, a federação, em comunicado.
Nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais geridos pela Museus e Monumentos de Portugal, entre os quais o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e o Convento de Cristo, em Tomar, trabalham actualmente cerca de mil funcionários, estimou Orlando Almeida. Em 2023, os 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal receberam mais de cinco milhões de visitantes.
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