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Se os patrões na Medway estão preocupados com os salários intermédios: «aumentem-nos»

O aumento proposto pela Medway (antiga CP Carga, privatizada) para os salários mais baixos, em 2024, ronda os 32 euros, muito abaixo do aumento do salário mínimo. SNTSF/CGTP entrega pré-aviso de greve para 28 de Março.

Créditos / Eurotransportes

Após várias tentativas de negociação, sempre rebatidas pelo patronato da Medway (antiga CP Carga e actualmente a maior operadora ferroviária privada de transportes de mercadorias na Península Ibérica), a empresa decidiu unilateralmente aplicar aumentos de 1%, a que acresce um valor fixo de 60 euros. Estes aumentos serão aplicados no final do mês de Março.

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Medway gaba crescimento mas recusa aumentos

A administração comunicou aos trabalhadores um balanço de 5 anos de sucessos da empresa. Os trabalhadores exigem aumentos salariais que correspondam a essa realidade.

Créditos / skyscrapercity.com

Os trabalhadores da Medway foram confrontados com um texto da administração onde esta faz um balanço dos sucessos da empresa nos últimos cinco anos. Os êxitos que a empresa realça, mesmo em tempo de pandemia, contrastam com as respostas que a direcção tem dado à reivindicação de aumenos salariais, afirma em nota o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN).

«Analisado o referido texto, podemos concluir que tivemos cinco anos de crescimento de tudo, menos dos salários», refere a estrutura sindical, acrescentando que, nos últimos três anos, os vencimentos daqueles que constroem o sucesso da empresa não cresceram ao mesmo ritmo.

O sindicato informa ainda que vai fazer um pedido de intervenção à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para passar o processo à fase de conciliação.

Por outro lado, mobilizará uma recolha de postais assinados pelos trabalhadores através dos quais se exigirá o aumento significativo dos salários.

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Depois de mais uma reunião realizada em finais de Fevereiro, a pedido do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN), a Medway reafirmou a sua indisponibilidade: continuando a dizer «que não pode ir mais longe», alegando «que os salários mais baixos estão a aproximar-se dos salários médios».

«Quanto a este ponto», afirma o SNTSF, sindicatos e patronato estão de acordo: «é preciso também valorizar os salários intermédios, igualar as carreiras dos trabalhadores que executam as mesmas funções mas com categorias e salários inferiores». E para atingir esse objectivo, o patronato das empresas multinacionais como a Medway tem de apresentar propostas dignas de aumentos salariais.

Perante a falta de interesse da empresa em valorizar, de uma forma concreta, o trabalho diário que cada um dos trabalhadores da Medway empreende todos os dias, o SNTSF já entregou um pré-aviso de greve para o dia 28 de Março, acompanhando as opiniões recolhidas junto dos trabalhadores. As propostas da Medway não correspondem «às expectativas de quem trabalha nesta empresa e nem resolve problemas de discriminação entre trabalhadores que se têm vindo a avolumar».

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