|Caixa Geral de Depósitos

Pimbolim é matraquilhos e degradação das condições de trabalho é Caixa

O Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos, em comunicado, afirma que o resultado líquido de 893 milhões de euros no 1.º semestre alcançado pelo banco foi consolidado à custa da degradação das condições de trabalho.

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um lucro líquido de 893 milhões de euros no primeiro semestre de 2025, mais 4 milhões do que no mesmo período do ano anterior, e entregou ao Estado o maior dividendo da sua história no valor de 850 milhões de euros. No entanto, este resultado financeiro recorde contrasta fortemente com o descontentamento crescente entre os trabalhadores do banco público.

Quem o afirma é o Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC/CGTP-IN) que afirma que os lucros «não conseguem esconder a degradação das condições de trabalho». A instituição é acusada de promover um ambiente marcado por pressão excessiva; objectivos considerados irrealistas; aumento de tarefas e mais normas a cumprir, com elevado risco operacional decorrente dos ritmos de trabalho;  ou ameaças diretas e veladas juntamente com as práticas de assédio crescentes.

No comunicado emitido pelo sindicato é ainda denunciada a redução contínua dos custos com pessoal, apesar do aumento do volume de negócios, alegando que esta estratégia é sustentada pela redução de quadros, recurso ao outsourcing e programas de pré-reformas e revogações de contrato por mútuo acordo. «A ‘Caixa é Dourada’ nos lucros, mas de latão nas condições de trabalho que pratica», lê-se no documento.

O contraste entre os resultados financeiros da CGD e o clima laboral vivido pelos trabalhadores torna-se ainda mais gritante quando a empresa colecciona distinções em áreas como tecnologia, solidez e recursos humanos. No entanto, de acordo com os trabalhadores, essas distinções não refletem a realidade interna da organização.

O comunicado conclui com um apelo à administração da CGD e ao próprio Governo enquanto acionista único para que deixem de «dourar a pílula» e assumam responsabilidade pela situação laboral. É ainda relembrada também a questão dos quatro anos de progressão na carreira ainda por regularizar, sublinhando que o prestígio do banco público deve começar por respeitar os seus trabalhadores e assegurar um serviço de qualidade às populações.


 

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