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Pela negociação colectiva, greve nos centros de contacto de Castelo Branco

Os trabalhadores dos centros de contacto albicastrenses manifestam há muito o descontentamento com as precárias condições laborais que vivem diariamente, destaca o Sinttav.

 
Em plenário, os trabalhadores dos centros de contacto de Castelo Branco aprovaram a realização de uma greve no dia 31 de Maio Créditos / CGTP-IN

«Passam 5, 10, 15 e 18 anos sempre com o salário mínimo nacional, sem progressão na carreira e com condições de trabalho que têm vindo a deteriorar-se», denuncia em nota o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav/CGTP-IN), a propósito da greve que trabalhadores de vários centros de contacto em Castelo Branco aprovaram em plenário, esta semana, para o próximo dia 31 .

Em declarações recolhidas pela imprensa local, como reconquista.pt ou oregioes.pt, Carina Caetano, dirigente do Sinttav, destacou que, pese uma ou outra diferença, os «problemas são transversais a todos os call centers», tendo dado como exemplos o facto de todos pagarem o salário mínimo nacional, a precariedade ou a falta de actualização do subsídio de refeição, entre outros aspectos.

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Trabalhadores tinham razão: ACT define práticas da Reditus como «ilegais»

A Reditus, empresa que faz a gestão do Call Center da Segurança Social de Castelo Branco, entrou outros abusos, impede os trabalhadores de usar as casas de banho. Denúncia do Sinttav/CGTP levou à intervenção da ACT.

Mais de 150 trabalhadores do Call Center da Segurança Social de Castelo Branco estiveram hoje, 13 de Novembro de 2023, em greve. A empresa responsável por este centro, a Reditus, pratica »terrorismo laboral», acusa o Sinttav/CGTP-IN: os trabalhadores são proibidos de usar a casa de banho; as folhas de ponto são alteradas pela empresa e pagam os subsídios de férias em duodécimos. 
CréditosJosé Soeiro

Existem duas facetas no negócio da Reditus: se por um lado «fornece soluções e serviços para o sector empresarial», por outro, a empresa estabelece um conjunto significativo de práticas predatórias e repressoras contra os trabalhadores, um serviço completo para qualquer patronato que queira concessionar o seu serviço. 

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Trabalhadores forçam Reditus a pagar salários em atraso

Face a uma greve iminente de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, o Grupo Reditus viu-se obrigado a ceder, tendo já pago na totalidade os três meses de salários e subsídios de refeição em dívida.

Os trabalhadores tinham decidido em plenário avançar com uma paralisação de 24 horas, marcada para hoje, como forma de exigir da empresa os pagamentos em atraso, entre os quais vários salários e subsídios, em alguns casos num total de três meses.

Porém, face à contestação e à ameaça de greve, o grupo Reditus acabou por ceder, tendo realizado esta manhã todos os pagamentos que tinha em dívida para com os trabalhadores.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) anunciou hoje a desmobilização do piquete de greve, que estava marcado para as 8h, junto às instalações da empresa em Lisboa.

«Este resultado foi prova de que o grupo Reditus tem capital para pagar os salários a tempo e horas. Só com a mobilização dos trabalhadores para a greve prevista é que o mesmo foi forçado a cumprir com as suas obrigações», anunciou o CESP.

De acordo com o sindicato, a situação arrastava-se há vários meses, com o grupo Reditus a insistir que no mês seguinte os pagamentos seriam feitos, apesar de «ter capitais próprios positivos de 32,6 milhões de euros», tendo ainda feito conversas com os trabalhadores no sentido de «pedirem empréstimos à empresa caso estejam muito aflitos».

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Mais de 150 trabalhadores do Call Center da Segurança Social de Castelo Branco, gerido pela Reditus, são impedidos de usar a casa de banho, vêem as folhas de ponto ser alteradas pela empresa e os subsídios de férias pagos em duodécimos.

Após intervenção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav/CGTP-IN) e uma greve realizada no passado dia 13 de Novembro, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) deu «razão aos trabalhadores»: as práticas da Reditus são «ilegais».

Se se mantiver o impedimento de ida ao WC e as ameaças de falta injustificada, o sindicato, em comunicado, garante que «irá tomar novas medidas» para pôr termo à repressão patronal neste local de trabalho. Esta centena e meia de trabalhadores não está sozinha: na última acção de luta estiveram presentes representantes de vários sindicatos da CGTP-IN (assim como elementos da sua comissão executiva) e representantes do BE e do PCP.

Está convocado um plenário para o dia 4 de Dezembro. O tempo dispendido no plenário «é justificado e remunerado, conta como tempo efetivo de trabalho sem qualquer penalização».

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Em causa estão empresas como a Intelcia, que «pratica condições laborais muito precárias», a Reditus, «com mão-de-obra altamente qualificada e com as condições mais precárias da cidade», ou a SIBS, com serviços para a Vodafone, banca e seguros, refere a organização sindical.

Ao todo, os centros de atendimento que estas e outras empresas exploram contam com mais de mil trabalhadores que, apesar do «elevado custo de vida» e da «elevada inflação verificada nos últimos anos», auferem quase todos o salário mínimo nacional, afirma o sindicato, sublinhando a necessidade de acabar com a exploração e o empobrecimento.

Contra a precariedade, pela negociação colectiva, a valorização das profissões e melhores salários

«Neste sector, com mais de 100 mil trabalhadores, não há uma contratação colectiva que proteja os trabalhadores ou facilite negociações de melhores condições», afirmou a representante sindical durante o plenário realizado, reivindicando a negociação colectiva.

Outro aspecto destacado pelo Sinttav é o de que Governo e autarquias, como a de Castelo Branco, também têm responsabilidades, uma vez que «cedem edifícios a estas empresas a custo zero».

«Isto não é forma de tratar os trabalhadores. Não queremos mão-de-obra precária e mal paga na nossa cidade. Não é assim que se desenvolve o interior», defendeu a dirigente sindical.

Na resolução aprovada pelos trabalhadores na cidade albicastrense exige-se um «aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores, de pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros, e o aumento do salário mínimo para 1000 euros este ano».

Reivindica-se ainda a redução do horário laboral para 35 horas semanais para todos, sem redução de salário, a valorização das carreiras e profissões através da contratação colectiva, e o combate à precariedade, «garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo».

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