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Pela negociação colectiva, greve nos centros de contacto de Castelo Branco

Os trabalhadores dos centros de contacto albicastrenses manifestam há muito o descontentamento com as precárias condições laborais que vivem diariamente, destaca o Sinttav.

 
Em plenário, os trabalhadores dos centros de contacto de Castelo Branco aprovaram a realização de uma greve no dia 31 de Maio Créditos / CGTP-IN

«Passam 5, 10, 15 e 18 anos sempre com o salário mínimo nacional, sem progressão na carreira e com condições de trabalho que têm vindo a deteriorar-se», denuncia em nota o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav/CGTP-IN), a propósito da greve que trabalhadores de vários centros de contacto em Castelo Branco aprovaram em plenário, esta semana, para o próximo dia 31 .

Em declarações recolhidas pela imprensa local, como reconquista.pt ou oregioes.pt, Carina Caetano, dirigente do Sinttav, destacou que, pese uma ou outra diferença, os «problemas são transversais a todos os call centers», tendo dado como exemplos o facto de todos pagarem o salário mínimo nacional, a precariedade ou a falta de actualização do subsídio de refeição, entre outros aspectos.

Em causa estão empresas como a Intelcia, que «pratica condições laborais muito precárias», a Reditus, «com mão-de-obra altamente qualificada e com as condições mais precárias da cidade», ou a SIBS, com serviços para a Vodafone, banca e seguros, refere a organização sindical.

Ao todo, os centros de atendimento que estas e outras empresas exploram contam com mais de mil trabalhadores que, apesar do «elevado custo de vida» e da «elevada inflação verificada nos últimos anos», auferem quase todos o salário mínimo nacional, afirma o sindicato, sublinhando a necessidade de acabar com a exploração e o empobrecimento.

Contra a precariedade, pela negociação colectiva, a valorização das profissões e melhores salários

«Neste sector, com mais de 100 mil trabalhadores, não há uma contratação colectiva que proteja os trabalhadores ou facilite negociações de melhores condições», afirmou a representante sindical durante o plenário realizado, reivindicando a negociação colectiva.

Outro aspecto destacado pelo Sinttav é o de que Governo e autarquias, como a de Castelo Branco, também têm responsabilidades, uma vez que «cedem edifícios a estas empresas a custo zero».

«Isto não é forma de tratar os trabalhadores. Não queremos mão-de-obra precária e mal paga na nossa cidade. Não é assim que se desenvolve o interior», defendeu a dirigente sindical.

Na resolução aprovada pelos trabalhadores na cidade albicastrense exige-se um «aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores, de pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros, e o aumento do salário mínimo para 1000 euros este ano».

Reivindica-se ainda a redução do horário laboral para 35 horas semanais para todos, sem redução de salário, a valorização das carreiras e profissões através da contratação colectiva, e o combate à precariedade, «garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo».

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