|Más condições laborais

Lembrando a escravatura, o Vila Galé Estoril quer trabalhadores 8 horas à torreira

O Hotel Vila Galé Estoril mantém um bar junto à piscina «em condições extremamente precárias», forçando os trabalhadores a estar 8 horas seguidas ao sol sem «pausas regulares, climatização ou ventilação», denuncia o SHS/CGTP.

Protesto dos trabalhadores do Hotel Vila Galé Estoril, convocado pelo Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN). 
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Sul

O Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN) tentou explicar o óbvio mas, ainda assim, a administração do Hotel Vila Galé Estoril não encontrou motivo para alterar as suas práticas. A unidade hoteleira mantém em funcionamento um bar junto à piscina em «condições extremamente precárias, colocando em causa a saúde, segurança e dignidade dos trabalhadores ali colocados».

Trabalhar no bar da piscina do Vila Galé Estoril evoca a memória dos trabalhadores agrícolas do Alentejo e Ribatejo, a quebrar as costas de sol a sol no grande latifúndio, em nada de seu. No caso moderno destes trabalhadores significa estar «8 horas seguidas ao sol, com temperaturas superiores a 40°C», significa exercer as suas funções com «falta de fardamento e de equipamentos de protecção individual adequados» e sem direito a «pausas regulares, indispensáveis para recuperação física nas condições extremas a que estão sujeitos».

Ainda que o grupo Vila Galé tenha alcançado lucros de 106 milhões de euros em 2024, na unidade hoteleira do Estoril, a empresa prolonga conscientemente a «inexistência de climatização ou ventilação que mitigue o impacto do calor intenso». Num protesto realizado à porta do hotel, o SHS e os trabalhadores do Vila Galé Estoril contestaram a falta de condições brutais na instituição, denunciando ainda «a alteração unilateral dos horários de trabalho».

Para além da denúncia pública realizada na quarta-feira, o SHS «formalizou queixas e pedidos de acção inspectiva junto da ACT e do Delegado de Saúde Pública de Cascais». A «proteção da saúde e segurança dos trabalhadores não é opcional – é um direito fundamental», relembra o sindicato.

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