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Há «lacunas estruturais» nos cuidados paliativos, alerta a FNAM

Um questionário realizado pela Federação Nacional dos Médicos a 160 profissionais revelou a prevalência de «equipas subdimensionadas face ao recomendado nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento para os Cuidados Paliativos».

CréditosAndré Kosters / Agência Lusa

Entre 30 de Maio e 30 de Junho, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) organizou um «Questionário aos Médicos que Trabalham em Cuidados Paliativos em Portugal» no qual participaram 160 profissionais de todas as zonas do país. O resultado é dramático: «condições de trabalho em degradação, a sobrecarga» e as muitas «lacunas» identificadas por estes profissionais dificultam seriamente a prestação de Cuidados Paliativos (CP).

Ao dificultar a progressão na carreira «devido à desvalorização do tempo dedicado aos CP nos concursos das especialidades de base», ao permitir condições de trabalho «degradantes» (e a falta de recursos básicos provoca um «desgaste emocional elevado e risco de burnout») e sustentar a prestação destes cuidados na «sobrecarga de trabalho, com acumulação de funções nos serviços da especialidade de origem», o Governo PSD/CDS-PP «falha gravemente aos doentes em fim de vida, aos médicos e demais profissionais que os acompanham».

A todos estes problemas, os médicos que participaram no inquérito acrescentam a «dificuldade em conciliar o trabalho com a formação exigida para obter a competência em Medicina Paliativa pela Ordem dos Médicos» e a «falta de reconhecimento institucional e valorização profissional».

A Federação Nacional dos Médicos continua a exigir «justiça, dignidade, reforço das equipas de CP e o cumprimento da Lei». A federação sindical considera indispensável a suplementação dos recursos humanos e materiais das equipas de CP em todos os sectores; a valorização profissional e contratual; o reconhecimento formal das Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos como unidades funcionais dos Cuidados de Saúde Primários; o reconhecimento de autonomia das Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP), sem dependência de outros serviços; e uma melhor a articulação dos CP entre as várias áreas: «hospitalares, comunitários e continuados».

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