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CESP: contra o «silêncio», greve nos armazéns da Auchan

A repressão e silenciamento dos trabalhadores e das suas reivindicações está no ADN da Auchan. Trabalhadores dos armazéns de Vialonga, Torres Novas e Valongo paralisam no dia 14: «a nossa resposta é a luta».

Créditos / Agência Lusa

Todos os dias, 24 sobre 24 horas, os trabalhadores dos entrepostos da Auchan em Vialonga, Torres Novas e Valongo preparam e enviam todos os produtos que enchem as centenas de lojas da empresa em todo o país. Ainda assim, mesmo ocupando uma função indispensável ao funcionamento da operação da Auchan em Portugal, estes profissionais são expostos a «um brutal aumento do custo de vida, baixos salários, desvalorização das carreiras e más condições de trabalho» sem qualquer tipo de intervenção da empresa.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) lamenta o «silêncio» da Auchan face a um pedido de resposta «urgente» aos problemas levantados pelo sindicato. Até hoje, a empresa não «respondeu a nenhuma das nossas exigências». Os trabalhadores querem aumentos de, pelo menos, 15% (com um mínimo de 150 euros), um salário de entrada fixado nos mil euros, subsídio de refeição de 10 euros, «condizente com o custo real de vida e com a exigência da função» e a valorização das carreiras profissionais, «com progressões claras e justas».

Nem só nas questões pecuniárias a Auchan se destaca pela negativa. Ao AbrilAbril, Catarina Fachadas, dirigente do CESP, ressalvou o uso abundante de empresas de outsourcing nos entrepostos, contratados com ainda menos direitos e mais horas para «desempenhar as mesmas funções» que os colegas. Só no entreposto de Torres Novas, a Auchan recorre a três empresas de trabalho temporário para dar resposta a necessidades permanentes. Também eles estão incluídos no pré-aviso de greve para 14 de Agosto.

Os trabalhadores destes armazéns, que laboram muitas vezes em ambientes com temperaturas desreguladas, exigem ainda a atribuição de fardamento em quantidade suficiente e adequada às funções, assim como a melhoria das condições de trabalho nos congelados, com cumprimento efectivo das regras de segurança e saúde no trabalho.

O recurso à greve é o único e último recurso a que os trabalhadores da Auchan podem recorrer. Desde que a empresa adquiriu o Minipreço «que tem mantido esta postura», recusando-se a falar com o sindicato que representa os seus trabalhadores. Inicialmente, explica Catarina Fachadas, a atitute do patronato era de total «confronto», recusando-se a reconhecer o CESP. Agora, remeteu-se ao «silêncio».

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