Devido à falta de negociação, os funcionários da unidade hoteleira em Albufeira haviam anunciado a decisão de avançar para a greve a todos os feriados até ao fim do ano, incluindo o de 1 de Janeiro de 2024.
O primeiro dia protesto teve lugar na passada quinta-feira, 5 de Outubro, com a adesão à greve a rondar os 70% e a afectar o funcionamento de quase todas as secções, revelou o Sindicato da Hotelaria do Algarve (CGTP-IN) em comunicado.
«O piquete de greve com cerca de 20 trabalhadores à porta do hotel deu visibilidade pública ao protesto», acrescentou.
Os trabalhadores da unidade hoteleira algarvia lutam por um aumento salarial de 10%, com um mínimo de 100 euros e com efeitos a 1 de Janeiro de 2023; pela reposição do pagamento do trabalho prestado em dia feriado com o acréscimo de 200%; pela redução do horário para as 35 horas semanais, sem perda de remuneração, e pela integração no quadro de todos os trabalhadores com vínculos precários que respondem a necessidades permanentes do hotel.
Aumentar os lucros à custa da exploração
Porque continua a não haver negociação, os funcionários da unidade hoteleira em Albufeira decidiram avançar para a greve a todos os feriados até ao fim do ano, incluindo o de 1 de Janeiro de 2024. A decisão, tomada em plenário, foi divulgada em comunicado de imprensa pelo Sindicato da Hotelaria do Algarve (CGTP-IN), no qual se acusa a administração de continuar «a recusar os pedidos de reunião para negociar as propostas apresentadas». O objectivo, indica a estrutura sindical, é «melhorar os salários, repor o pagamento do trabalho prestado em dia feriado com o acréscimo de 200% como acontecia até 2019, regular e reduzir os horários de trabalho e diminuir o número de vínculos contratuais precários». No documento, o sindicato destaca ainda o facto de o último pedido de reunião, realizado este mês, ter sido acompanhado da entrega de um abaixo-assinado com mais de 80 assinaturas a exigir à administração que se reunisse com a Comissão Negociadora Sindical (CNS) para discutir as propostas apresentadas nos últimos anos. A abertura da administração do Hotel PortoBay Falésia a «um processo negocial sério e justo» com a CNS é precisamente uma das reivindicações principais dos trabalhadores, com a actual acção de luta. Os trabalhadores decidiram fazer esta greve para exigir à administração a integração nos quadros de efectivos da empresa e a actualização dos salários, de forma a repor parte do poder de compra perdido. Os trabalhadores do Hotel PortoBay Falésia, em Albufeira (Algarve), estão hoje em greve e concentraram-se, esta manhã, junto às instalações para demonstrar o seu descontentamento. A greve tem por objectivo exigir à administração a integração nos quadros de efectivos da empresa, a actualização dos salários de forma a repor parte do poder de compra perdido nos últimos dez anos e o respeito pelos direitos consagrados na contratação colectiva aplicável por força das portarias de extensão, que a administração não está a cumprir. Em declarações ao AbrilAbril, Tiago Jacinto, dirigente do Sindicato da Hotelaria do Algarve (CGTP-IN), afirmou que é a primeira vez que estes trabalhadores dinamizam uma luta deste tipo. Apesar do grande descontentamento, o ambiente na concentração era de ânimo e convicção na justeza das reivindicações. «Como nos primeiros turnos a adesão foi de praticamente 100%, nomeadamente na cozinha e nos pequenos-almoços, a empresa substituiu os trabalhadores para assegurar o serviço», referiu o dirigente sindical. Depois de chamar a GNR para fazer o auto da ocorrência, o sindicato apresentou uma denúncia à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) relativa a esta prática ilegal. Os trabalhadores decidiram pedir uma nova reunião à administração e marcar um plenário para, posteriormente, analisar o ponto de situação. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Outras são a negociação da proposta sindical de aumento salarial de 10%, com um mínimo de 100 euros e com efeitos a 1 de Janeiro de 2023; a reposição do pagamento do trabalho prestado em dia feriado com o acréscimo de 200%; a redução do horário para as 35 horas semanais, sem perda de remuneração; a defesa dos direitos e melhoria das condições de trabalho e de vida. O Sindicato da Hotelaria do Algarve manifesta total solidariedade com luta dos trabalhadores pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, considerando que se trata de uma «questão fundamental também para garantir um serviço de qualidade aos turistas e para a imagem do turismo algarvio». «Perante a situação amplamente divulgada pelos patrões sobre a falta de profissionais no sector, é incompreensível esta posição patronal de continuar a recusar as soluções necessárias para fixar os trabalhadores», afirma a estrutura sindical. A elevação e intensificação da luta a partir dos locais de trabalho será a única alternativa, alerta, caso o patronato continue «a recusar a melhoria do poder de compra dos trabalhadores», de modo que estes possam suportar «o brutal aumento do custo de vida» que se verifica, e possam conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores do Hotel Portobay Falésia anunciam greve aos feriados
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Hotel PortoBay Falésia substitui trabalhadores em greve
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«O patronato queixa-se da falta de trabalhadores mas continua a recusar o aumento significativo dos salários e a melhoria das condições de trabalho e dos direitos. Na verdade, o que o patronato quer é continuar a aumentar os seus lucros à custa do aumento da exploração e da degradação das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores», denuncia o Sindicato da Hotelaria do Algarve.
A prová-lo – acrescenta – «está o facto de os patrões, em vez de aceitarem uma melhor distribuição da riqueza que é criada pelos trabalhadores, optarem por, com a ajuda do Governo, ir buscar trabalhadores a outros países onde a mão-de-obra é mais barata».
Estes trabalhadores são «sujeitos a níveis de exploração ainda maiores» e, assim que conseguem, «acabam por se ir embora à procura de uma vida melhor», alerta.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve sublinha a justeza da luta dos trabalhadores do Hotel Portobay Falésia, e apela «à sua intensificação e ao fortalecimento da unidade», lembrando que é possível alcançar melhores condições de vida e de trabalho.
Como exemplo disso, refere a conquista, em 2021, de «um aumento geral dos salários que já não acontecia há cerca de 14 anos», bem como «a passagem de 30 trabalhadores com vínculos precários, contratados através de empresas de trabalho temporário, para o quadro de efectivos do hotel».
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