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|despedimento colectivo

Ministra do Trabalho chamada à AR sobre despedimento na Saint-Gobain Sekurit

O «total silêncio do Governo» face ao anunciado despedimento de 130 trabalhadores levou o PCP a entregar um requerimento na Assembleia da República para ouvir Ana Mendes Godinho «com a máxima urgência».

Trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit mantêm-se em luta, à porta da empresa, contra o despedimento de 200 trabalhadores e o encerramento da única fábrica de vidro automóvel existente no nosso país, um verdadeiro crime social e económico. Santa Iria da Azóia, 22 de Setembro de 2021
Créditos / FEVICCOM

Deu entrada no Parlamento, na última segunda-feira, o requerimento do grupo parlamentar do PCP a solicitar a presença da ministra Ana Mendes Godinho na Comissão de Trabalho e Segurança Social, bem como da Federação Portuguesa de Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom) e do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), ambos afectos à CGTP-IN.

No documento, os comunistas afirmam que já questionaram os ministros do Trabalho e da Economia, não tendo obtido «esclarecimentos satisfatórios» Também a Feviccom tem vindo a exigir ao Governo que trave a intenção da Saint-Gobain Sekurit Portugal (ex-Covina), de proceder ao despedimento colectivo de 130 trabalhadores, encerrando assim a produção de vidro automóvel no nosso país, afirmando tratar-se de um crime social e económico

«Este é o culminar de um processo em que a busca exclusiva do lucro e do domínio completo do sector por parte do grupo Saint-Gobain tem lesado os seus trabalhadores, a economia nacional e o Estado português», lê-se no requerimento, onde se relata o historial da empresa desde que foi alienada.

Antes de ser privatizada em 1991, pelo governo PSD de Cavaco Silva, a empresa chegou a empregar mais de 1200 trabalhadores. Entretanto, as várias reestruturações de que foi alvo «não só não serviram para aumentar a produção como anunciado, como resultaram em despedimentos e menos capacidade produtiva, apesar dos avultados apoios públicos canalizados ao longo dos anos», observam os comunistas.

Quando o grupo francês pretendeu aumentar em 50% a capacidade do forno float, obteve do Estado português 48 milhões de euros em apoios fiscais, sem contrapartidas, com o propósito anunciado de construir esse novo forno float e aumentar a produção de chapas para painéis solares.

Apenas um ano depois (em 2009), e apesar de ter obtido avultados lucros em 2008, a empresa decidiu parar o forno float da fábrica de Santa Iria de Azóia, no concelho de Loures, suspendendo a produção até hoje e por tempo indeterminado.

Assim, «procedeu a um plano de reestruturação em que promoveu dois períodos de lay-off, despedindo depois 85 trabalhadores e passando a utilizar as instalações exclusivamente como armazéns, em desconsideração pela capacidade produtiva da vidreira e perante a total inoperância do governo PS de então», critica o PCP.

Em 2013, o grupo encerrou a Saint-Gobain Solar/Covilis despedindo cerca de 50 trabalhadores e procedeu ao despedimento colectivo de mais 50 trabalhadores na Saint-Gobain Sekurit Portugal. Já em 2017, a pretexto de combater a crise, a empresa continuou a redução progressiva do quadro de pessoal e implementou o congelamento salarial (que se verificou em 2019, 2020 e 2021).

Apesar deste historial, recorda o requerimento, o grupo Saint-Gobain Portugal «beneficiou ainda de 1,6 milhões de fundos do Portugal 2020». 

Este Verão, a Saint-Gobain Sekurit anunciou a intenção de despedir os restantes 130 trabalhadores, acabando com a produção e transformação do vidro automóvel em Portugal, depois de, em Março de 2020 à boleia da epidemia, ter recorrido ao lay-off simplificado, recebendo apoio do Estado durante três meses. Entretanto, o grupo já anunciou que os lucros obtidos no ano passado foram superiores a 1400 milhões de euros.

Há um mês que os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit estão em luta contra o despedimento colectivo, terminando sem acordo a 28 de Setembro a fase inicial de informação entre a empresa e a Comissão de Trabalhadores.

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