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Coindu avança com segundo despedimento colectivo este ano

A empresa portuguesa de componentes têxteis para o sector automóvel, que beneficiou de quase 4 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, vai avançar com o segundo despedimento colectivo este ano.

Créditos / TVI

«Após uma análise aprofundada da situação económica e operacional da empresa, terá de proceder a uma reestruturação do seu quadro de colaboradores, devido ao declínio acentuado e prolongado das encomendas no sector automóvel, que tem impactado a sua actividade nos últimos anos», informou, em comunicado, a empresa sediada em Joane, Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga).

Em Maio, a Coindu avançou com o despedimento colectivo de 123 trabalhadores e colocou outros 237 em lay-off e, em finais de 2024, fechou a fábrica que tinha em Arcos de Valdevez, deixando sem emprego 350 trabalhadores. 

A empresa, que conta actualmente com 1050 trabalhadores, realçou que fez «todos os esforços para evitar esta medida», mas este despedimento vai permitir «alinhar a sua capacidade de produção com a carteira de encomendas existente, garantindo a fiabilidade do fornecimento para todos os contratos em vigor».

Este reajustamento da capacidade de produção, vincou, é «necessário» para «garantir a viabilidade da empresa a longo prazo», «num contexto de grande incerteza e num sector automóvel europeu que enfrenta uma fase muito complexa».

A Coindu, que beneficiou de 3,9 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que já havia arrecadado cerca de 200 mil euros de apoios estatais, entre 2021 e 2022, alegou que o despedimento colectivo «é a solução juridicamente adequada para assegurar um processo transparente e de acordo com a lei, protegendo os direitos dos colaboradores abrangidos».

Em 2022, entre Arcos de Valdevez e Vila Nova de Famalicão, a Coindu empregava 2100 trabalhadores. Em Maio, Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes (CGTP-IN), disse que a empresa pretende este ano ter uma disponibilidade de entre 800 e 825 trabalhadores, e que, em 2026, esses esses números deverão subir para 950 a 1050 trabalhadores. «São notícias muito violentas, há muita revolta e descontentamento, muita gente a sofrer por dentro», disse na altura Francisco Vieira, sublinhando que a medida afectaria sobretudo os trabalhadores com menor tempo na empresa, cujos despedimentos «ficarão, obviamente, mais baratos».


Com agência Lusa

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