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CGTP. Estamos fartos e exigimos uma mudança de rumo

Muitos milhares de pessoas manifestaram-se este sábado nas cidades de Lisboa e do Porto para exigir o aumento imediato dos salários e a regulação dos preços de bens e serviços essenciais.  

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

«É justo e necessário o aumento dos salários», «Trabalhar e empobrecer é o que o acordo quer fazer» e «Para os patrões são milhões, para os trabalhadores nem tostões» foram algumas das palavras de ordem que se fizeram ouvir esta tarde nas ruas das duas cidades contra o «adiar permanente das respostas que faltam todos os dias» e porque a situação que atravessamos «exige uma mudança de rumo». A contextualização foi dada por Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN, entidade promotora dos protestos, numa intervenção no Rossio, após um desfile desde o Cais do Sodré. 

A dirigente criticou a opção política do Governo, cujas medidas «vão em sentido inverso ao caminho necessário» e «o estafado modelo» de baixos salários que tão bem caracteriza o nosso país, para de seguida lançar as propostas que a Intersindical considera necessárias para contrariar o brutal aumento do custo de vida e consequente perda do poder de compra, num quadro em que aumenta a exploração que gera desigualdades. Esta realidade, de haver «ricos cada vez mais ricos à custa dos trabalhadores e do desenvolvimento do País, tem de acabar», frisou Isabel Camarinha, detalhando de seguida as medidas que integram o quadro de exigências da central sindical, «porque é agora que falta o dinheiro».   

E porque, «quando tudo sobe, a carne e o peixe, o leite e o pão, a habitação e os combustíveis, a electricidade e os materiais escolares», e quando sobem também os lucros e a riqueza criada pelos trabalhadores no nosso país, «os salários e as pensões não podem ser a única coisa que não aumenta», vincou. 

A Inter reclama um aumento geral intercalar dos salários ainda este ano e que em 2023 o aumento seja de 10%, com um mínimo de 100 euros por trabalhador. «Para os que dizem que é muito, que vem aí uma espiral inflacionista, afirmamos que a dita espiral já cá está» e «é insuportável», constata Isabel Camarinha. «Querem cortar?», acrescenta, «cortem nos dividendos, nas PPP, nas ajudas ao grande capital». 

O aumento do salário mínimo nacional para 800 euros ainda este ano, e consequente subida para 850 euros em Janeiro de 2023, assim como o aumento das pensões – alvo de corte na sua evolução a partir do próximo ano, são outras reivindicações de que a CGTP-IN não abdica, salientando que é hora de acabar com «salários de miséria». 

«Estamos fartos e não aceitamos as justificações "esfarrapadas", porque quando a inflação era baixa, diziam que os salários não aumentavam porque o poder de compra já estava garantido, agora que a inflação aumenta brutalmente, dizem que os salários não podem aumentar porque causava uma "espiral inflacionista", criticou Isabel Camarinha.

A par da valorização dos rendimentos do trabalho, a Intersindical exige a regulação dos preços de bens e serviços essenciais, a fixação de preços máximos e a tributação dos lucros, em particular dos que resultam do aproveitamento da guerra e das sanções. 

Já em relação ao designado acordo de rendimentos, a Inter denuncia que este representa «empobrecimento»  e que o Governo naõ revoga as normas gravosas da legislação laborial por opção, que aprofunda com a chamada agenda para o trabalho digno, assumindo que a luta pela vai continuar. 

Interesses dos trabalhadores ausentes da proposta de Orçamento 

«Leis do trabalho "modernas" não são aquelas que cristalizam o retrocesso dos bancos de horas que são trabalho à borla, da jornada diária de trabalho cada vez mais longa e desregulada que caracterizou os piores anos do século passado, da precariedade que passa do vínculo laboral para a vida pessoal», constatou a líder da Inter. 

A propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2023, Isabel Camarinha denuncia que os interesses dos trabalhadores, «cujos salários e direitos são motor do desenvolvimento», faltam no documento apresentado pelo Governo. «O ataque aos salários [...] acentua-se com a maioria absoluta do PS», critica, acrescentando que «não há trabalhador que aguente, não há serviço público que suporte esta política de terra queimada, esta degradação infligida pelo PS», em linha com os projectos de PSD, CDS-PP, IL e CH. 

A dirigente contesta a «política gasta», assente na desvalorização e subfinanciamento das funções sociais do Estado, como a saúde, a educação e a protecção social, e da qual resulta maior dependência e recessão. Neste sentido, censura a fixação do Governo pela redução do défice e da dívida, «em subordinação aos ditames e imposições da União Europeia», por significar empobrecimento de trabalhadores e pensionistas, precariedade e degradação das condições de trabalho, inclusivamente dos funcionários públicos, que desde 2009 já perderam em poder de compra o equivalente a três salários. 

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