«Apesar de, como tem sido a sua prática, não responder às questões colocadas pelo CESP, a empresa veio agora desdizer a informação que as chefias e os recursos humanos estão a veicular junto dos trabalhadores», referiu esta quinta-feira em nota de imprensa o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Ontem, em declarações ao JN, a cadeia de supermercados garantiu que «o tempo necessário» para cada trabalhador se vacinar contra a Covid-19 «é considerado tempo de trabalho, sem qualquer perda de retribuição» e que «o mesmo se aplica» aos pais que acompanhem os «filhos, entre os 12 e os 15 anos» à vacinação.
No dia anterior, a organização sindical disse ter conhecimento «de que os trabalhadores do Pingo Doce que acompanham os seus filhos menores na toma da vacina Covid-19» iriam «ser penalizados na sua retribuição».
Sublinhava ainda o facto de a Direcção-Geral da Saúde (DGS) determinar que «as crianças menores de idade têm de ser acompanhadas pelos pais» e que «estes têm de assinar a declaração de consentimento na toma da vacina».
Neste sentido, «a intervenção e a denúncia» foram «determinantes» para o actual «desenvolvimento», afirma a organização sindical, que destaca a importância da «vigilância dos trabalhadores» como «essencial para a sua concretização».
«O CESP continuará a intervir na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores nesta e noutras empresas» que colocam sempre em primeiro lugar «a procura do lucro desmedido, com base em políticas de baixos salários», lê-se no texto.
No último ano, o da pandemia, afirma o CESP, «meia dúzia de grandes empresas distribuíram mais de sete mil milhões de euros em dividendos, mais de 330 milhões que no ano anterior, enquanto um em cada dez trabalhadores é pobre, muitos dos quais são certamente do Pingo Doce».