Num comunicado aos trabalhadores do Pingo Doce, a que o AbrilAbril teve acesso, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) afirma ter enviado no início do mês um ofício à empresa, em que denuncia «falhas» e exige «resoluções do Pingo Doce relativas a diversas questões laborais».
Um dos problemas detectados é a «discriminação salarial», porque, segundo refere o CESP, a empresa não aplica a todos os trabalhadores a tabela salarial interna que «nos últimos anos tem optado por construir».
Ao longo do ano passado, muitos trabalhadores não tiveram o salário de acordo com a tabela, «sem que entendam os motivos pelos quais não o receberam», refere o texto.
Outra questão apontada pelo sindicato é o facto de os funcionários contratados para trabalhar apenas nos fins-de-semana não estarem a receber o subsídio de domingo, tal como previsto no Contrato Colectivo de Trabalho (CCT).
Igualmente referida é a falta de aumento dos salários dos trabalhadores que tiveram um processo disciplinar. Existem regras próprias previstas no CCT e na lei, lembra o CESP, que não aceita que «estes trabalhadores tenham nova sanção» pela via da não aplicação da tabela salarial interna.
Diversas «situações de incumprimento»
No que respeita à organização do tempo de trabalho, «verificam-se várias situações de incumprimento do CCT e da legislação laboral» nas lojas, denuncia a organização sindical.
Entre outros casos, aponta a falta de escalas de rotação dos dias de descanso semanal, a constante alteração aos mapas de horário de trabalho (sem acordo do trabalhador e comunicadas a maioria das vezes em grupos de WhatsApp) e a «enorme desregulação dos horários de trabalho», com trabalhadores «a cumprirem horários de abertura, intermédio e fecho» numa mesma semana.
Também foram detectadas situações nas lojas que colocam em causa a segurança e a saúde dos trabalhadores, nomeadamente pisos deteriorados, alguns dos quais «já foram várias vezes remendados depois de alertas e denúncias do sindicato, mas que, um mês após a reparação, estão novamente com os mesmos problemas».
O CESP chama ainda a atenção para os «ritmos de trabalho muito intensos», motivados pelo reduzido número de trabalhadores nalgumas lojas e que levam a «situações desnecessárias de desgaste e cansaço, potenciando acidentes de trabalho».
Neste sentido, a organização sindical solicitou à empresa o agendamento de uma reunião, para debater as questões em causa e encontrar soluções para elas.
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