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Trabalhadores da Dan Cake estão prontos para «luta ininterrupta»

Na Dan Cake, está em curso uma «limpeza dos trabalhadores com mais anos de casa» para serem substituídos por precários, alerta o SINTAB/CGTP-IN. Greve na fábrica da Póvoa de Santa Iria a 10 de Julho.

Créditos / SINTAB

Num total de cerca de 100 trabalhadores da Dan Cake na unidade fabril da Póvoa de Santa Iria, pelo menos 84 subscreveram o abaixo-assinado que está a ser dinamizado por vários profissionais e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN). Neste documento, são reivindicados aumentos de 50 euros com efeitos a Janeiro de 2025 e a negociação de um «valor de um subsídio de turno, nunca inferior a 20% em cada salário».

Ao AbrilAbril, Rui Matias, dirigente do SINTAB, acusou a empresa de estar a fazer uma «limpeza dos trabalhadores com mais anos de casa», convocando vários para reuniões com o objectivo de rescindirem os contratos. O objectivo da empresa, alerta, é substituir estes profissionais por trabalhadores mais jovens e com contratos precários. O sindicato acusa ainda a Dan Cake, comprada em 2021 pela multinacional europeia Biscuit International (e controlada pela sociedade de investimento global norte-americana Platinum Equity), de não «cumprir» o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) do sector da Confeitaria e Pastelaria.

Sem uma resposta da Dan Cake às reivindicações laborais, os trabalhadores vão cumprir 24h de greve no dia 10 de Julho, a quarta paralisação realizada na unidade da Póvoa de Santa Iria em 2025. E a luta vai continuar «de forma ininterrupta», recorrendo, se for caso disso, a todos as formas de luta, e pedidos de reunião «com todos os partidos da Assembleia da República, com a presença de uma extensa comitiva de trabalhadoras».

Poucos anos após a aquisição pela Biscuit Internacional, anos em que «não mudaram absolutamente nada na empresa, nem uma mosca, nem uma cadeira, nem um garfo» (relatou o dirigente sindical ao AbrilAbril, em 2023), todo o património da empresa portuguesa foi alienado, vendido a um fundo gerido pela Caixa Agrícola. Logo após a venda, a Dan Cake alugou as instalações que acabara de vender, por um período de 10 anos.

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