A Auto Viação Feirense, uma empresa de transporte de passageiros fundada em 1936, tem concessões nos concelhos de Santa Maria da Feira, Porto, Gaia, Espinho, Gondomar, Arouca, Castelo de Paiva, Ovar e S. João da Madeira e realiza ainda viagens internacionais para Espanha, França, Suiça, Alemanha e Luxemburgo. O largo tempo de operação durante o período democrático não apagou, no entanto, alguns «resquícios ditatoriais» da mentalidade do patronato, acusou Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP-IN, numa greve realizada em Dezembro de 2024.
Os trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN) acusam a Feirense de não aplicar o contrato colectivo em vigor no sector, subscrito pela Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP), a organização patronal a que a empresa pertence. Uma situação agravada pelo facto de a Auto Viação Feirense ser beneficiária de fundos do PRR e da União Europeia.
Num comunicado enviado ao AbrilAbril, é reivindicada a «elaboração de horários de serviço possíveis de cumprir em segurança» e das «chapas de serviço e escalas, com os serviços discriminados respeitando os tempos de deslocação». Os trabalhadores exigem ainda que os pagamentos do trabalho nocturno, suplementar e em dia de folga, assim como os respectivos descontos legais, sejam «discriminados no recibo de vencimento».
No que toca às condições de trabalho, a greve parcial a realizar entre os dias 26 e 29 de Setembro, entre as 6h e as 9h da manhã, procura garantir «a atribuição de uma sala com condições para guarda dos pertences dos trabalhadores e poderem repousar enquanto aguardam serviço ou no intervalo diário» (que os trabalhadores querem ver reduzido), tal como a «melhoria do WC e vestuário para as funcionárias de limpeza».
Por enquanto, o braço de ferro entre a administração, sempre disponível para aplicar processos disciplinares num contexto de «pressão sobre os trabalhadores», e as forças laborais continua.
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