A intervenção determinada dos trabalhadores da Carris, que já tinham planeadas greves ao trabalho extraordinário na segunda e a terceira semana de Setembro e uma paralisação de 24 horas para o dia 18 de Setembro, forçou a mão de uma administração que, há pouco mais de um mês, se recusava sequer a responder às organizações sindicais. Os pesados serviços mínimos decretados para as greves no início de Junho não demoveram (com razão) a luta reivindicativa na empresa.
Reunidos em plenário, os trabalhadores decidiram «aceitar a proposta apresentada pela empresa desde que esta contivesse o conjunto de alterações apresentadas e discutidas no próprio plenário». Depois de analisadas e discutidas pela administração da Carris, todas as reivindicações «foram aprovadas». O novo Acordo de Empresa (AE) foi assinado pelos sindicatos na passada quarta-feira.
O AE «determina as condições em que as deslocações serão pagas e regulariza de uma vez por todas a questão da majoração das férias», algo que já tinha motivado uma intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e que ameaçava evoluir para um processo judicial interposto por sindicatos como o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN). A Carris estava a penalizar os trabalhadores que aderiram a uma greve, reduzindo o seu acesso à majoração das férias.
O mais relevante dos avanços, no entanto, é mesmo o início do processo de redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais: «um novo ciclo na Carris», consideram, em comunicado conjunto, os quatro sindicatos da empresa. Cabe aos trabalhadores «imprimir velocidade para que esse caminho seja percorrido o mais depressa possível».
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