O corte de 25% aplicado pela Autoeuropa ao prémio de lançamento dos trabalhadores, anunciado apenas dias antes da greve geral de 11 de Dezembro (que paralisou totalmente a produção), expressa «uma atitude revanchista» do patronato, mostrando apenas «que o discurso patronal de apreço pelos trabalhadores serve só para entreter». Em simultâneo, a empresa celebra o sucesso da produção do novo modelo automóvel produzido na unidade de produção de Palmela: o T-ROC.
E este sucesso apenas é alcançado graças ao esforço dos trabalhadores. Nas linhas de produção, «acentua-se a exploração, com ritmos de trabalho extenuantes, para bater recordes de produção ano após ano», denuncia o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/ CGTP-IN). «Já passaram cerca de seis meses desde a entrega do Caderno Reivindicativo, mas a administração foge à discussão das matérias» que valorizariam os vencimentos de quem trabalha.
«Seja a climatização da fábrica, sejam processos para superar supostas baixas de produção, tudo serve para fugir ao que realmente interessa e para ir empatando e adiando a discussão do aumento salarial e do plano demográfico, entre outras matérias». O corte unilateral do prémio demonstra a importância de uma valorização consistente nos salários, impedindo que os caprichos e abusos do patronato sejam aplicados a qualquer momento, retirando prémios arbitrários.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a comissão sindical do SITE Sul assegura que «tudo fará para ser reposto o valor integral do prémio de lançamento e para haver o devido reconhecimento do valor do trabalho, através da elevação dos salários e da melhoria das condições laborais e de vida daqueles que contribuem diariamente para o sucesso da VW Autoeuropa e dos seus sucessivos produtos».
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