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A fome e a guerra continuam a matar em Gaza

A agência Wafa noticiou novas mortes na Faixa de Gaza devido à fome e aos ataques incessantes da ocupação, que anunciou medidas «humanitárias» este fim-de-semana. A Unrwa alerta para as «cortinas de fumo».

Palestinianos à espera de comida na Cidade de Gaza, a 22 de Julho de 2025 Créditos / PressTV

De acordo com a agência oficial palestiniana, várias pessoas foram mortas, no enclave, na madrugada deste domingo, na sequência de ataques israelitas contra as tendas de abrigo em que se encontravam.

Também registou, este domingo, a morte de pelo menos 13 pessoas, incluindo duas crianças, por disparos das forças de ocupação contra grupos de palestinianos que aguardavam por comida, bem como a morte de pelo menos seis pessoas, duas das quais crianças, devido à fome – fazendo subir para 133 o número de palestinianos falecidos devido à fome e a complicações dela decorrentes, 87 dos quais crianças.

Estes números, divulgados pela Wafa, são enquadrados numa situação humanitária crítica, tendo em conta que os casos de má-nutrição continuam a aumentar na Faixa de Gaza, devido ao bloqueio e à política de fome impostos pelas autoridades da entidade sionista.

Neste contexto, o gabinete de imprensa do governo palestiniano em Gaza emitiu um alerta para um «desastre humanitário sem precedentes», afirmando que mais de 100 mil menores, 40 mil dos quais crianças, se encontram em situação de risco de vida devido à fome.

Regime sionista anuncia as chamadas «pausas humanitárias»

Com a pressão internacional a aumentar contra a política da fome imposta ao enclave, as autoridades israelitas tomaram a decisão de se mostrar «humanitárias» ao mundo, anunciado medidas que incluem lançamentos aéreos, «pausas tácticas» diárias nos ataques entre as 10h e as 20h, e a abertura de corredores para comboios de ajuda da ONU.

As ditas «pausas tácticas», que The Cradle e a PressTV noticiam, limitam-se a determinadas áreas de Gaza – al-Mawasi, Deir al-Balah e Cidade de Gaza –, com a guerra de agressão a prosseguir no resto do enclave.

De acordo com The Cradle, as medidas foram tomadas no sábado, na sequência da «condenação a nível mundial» suscitada por imagens de corpos esqueléticos de crianças palestinianas.

Unrwa: «distração e cortina de fumo»

Entretanto, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa) já se posicionou contra os lançamentos aéreos de ajuda, classificando-os como pouco eficazes e perigosos para as pessoas no terreno.

Philippe Lazzarini, da Unrwa, disse que os «lançamentos aéreos são apenas uma distração e uma cortina de fumo», e alertou que tais medidas «não vão parar a fome» no enclave costeiro.

Também lembrou que, na Jordânia e no Egipto, há 6000 camiões com ajuda à espera de luz verde para entrar no território.

Neste contexto, a Unrwa insistiu, na sua conta de Twitter, que o bloqueio deve ser levantado, de modo a garantir o acesso das pessoas à ajuda «com dignidade».

Desde 7 de Outubro de 2023 até ontem, pelo menos 59 821 palestinianos foram mortos como resultado da agressão israelita a Gaza. No mesmo período, refere a Wafa, pelo menos 144 851 pessoas ficaram feridas, sendo a maioria das vítimas mulheres e crianças.

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