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|Ambiente

Colapso da Corrente do Golfo teria consequências devastadoras para o mundo

Estudo publicado na revista Nature Climate Change avisa que a força destas correntes oceânicas, que estão mais lentas do que algumas vez estiveram nos últimos 1600 anos, podem parar definitivamente.

Um iceberg com cerca de 6000 quilómetros quadrados desprendeu-se da plataforma Larsen C, na Antártida Ocidental. O incidente foi confirmado esta quarta-feira pelos peritos do Projeto Midas, da Universidade de Swansea, no País de Gales
Um iceberg com cerca de 6000 quilómetros quadrados desprendeu-se da plataforma Larsen C, na Antártida Ocidental. O incidente foi confirmado esta quarta-feira pelos peritos do Projeto Midas, da Universidade de Swansea, no País de GalesCréditos / Reuters

A investigação levada a cabo pelo cientista alemão Niklas Boers, doutorado em física teórica, prevê uma paragem total da Circulação Termohalina Meridional do Atlântico (AMOC, em inglês), se não for posto um travão na libertação de CO2 para a atmosfera.

A Corrente do Golfo é um sistema de correntes oceânicas que conduz a água mais quente dos trópicos até ao Atlântico Norte, e que transporta depois, em maior profundidade, a água gelada, com menos sal e portanto menos densa, dos pólos, de volta ao Atlântico Sul.

A AMOC é causada pelo encontro desta água quente, com maior teor salino, e a água que provém principalmente do derretimeno do manto de gelo da Gronelândia. O ritmo acelerado a que este tem ocorrido, libertando grandes quantidades de água doce, arrisca-se a parar completamente este sistema.

As consequências desta alteração levariam a uma mudança profunda do clima na região atlântica, desregulando um sistema que vem funcionando há largos séculos. O muito demorado processo de abrandamento terá começado por volta do século XIV, tendo aumentado exponencialmente, 15 a 20%, nos últimos 150 anos.

O estudo alerta para que, a concretizar-se esta paragem, as alterações climáticas tornarão muitas regiões irreconhecíveis: A falta de pluviosidade nas regiões da Índia, América do Sul e África Ocidental, destruíriam os seus ecossistemas e colocaria em causa a subsistência de milhares de milhões de pessoas, ao mesmo tempo que implicaria uma descida brutal nas temperaturas da Europa Ocidental, podendo mesmo precipitar uma pequena era glaciar.

São demasiados os factores envolvidos para que se possa identificar qual poderá precipitar definitivamente esta transformação, mas Boers não tem dúvidas: só limitando drasticamente a emissão de gases de estufa para a atmosfera podemos ter alguma esperança de evitar esta realidade.

Têm sido vários os tipping points, momentos de viragem, identificados nos últimos meses, que sugerem a possibilidade de que se tenham ultrapassados pontos de não retorno em termos de alterações climáticas.

A Grécia e as balcãs atingiram temperaturas recordes nos seu território enquanto vários outros países europeus registam as temperaturas médias mais baixas dos últimos 20 anos, tudo isto apenas alguns meses depois das maiores cheias atingirem a Alemanha, matando mais de 150 pessoas.

Também na China se verificaram, nas últimas semanas, fenómenos metereológicos insólitos. Mais de 600 mm de chuva abateram-se, em poucos dias, sobre a província de Henan, causando a morte de mais de 300 pessoas. Este valor é equivalente ao total de chuva que costuma cair, em média, nesta região ao longo de um ano.

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