A medida aprovada hoje pela Comissão Europeia deve vigorar até ao final do ano e prevê que os governos possam apoiar os grandes consumidores de energia até dois milhões de euros, limite que pode ser ultrapassado e chegar aos 50 milhões de euros no caso das indústrias electro-intensivas, como as produtoras de alumínio, pasta de papel, hidrogénio e produtos químicos, havendo ainda um tecto de 25 milhões para outros sectores.
Depois das ajudas estatais no âmbito da Covid-19, e que também beneficiaram sobretudo as grandes empresas, o objectivo passa agora por compensar as empresas pela subida dos preços do gás e da electricidade, até 30% dos custos elegíveis.
Enquanto isso, as empresas de energia, que desde a liberalização do sector têm aumentado os preços a seu bel-prazer (e voltam a fazê-lo no próximo mês), têm agora maior margem de manobra para continuar a fazê-lo, mantendo os seus lucros intactos.
Assim, ao mesmo tempo que o dinheiro público contribui para engordar grandes grupos económicos, não é dada prioridade a medidas que travem o galopante aumento do custo de vida que tanto penaliza as famílias, que irão continuar a despender uma fatia considerável do seu orçamento para suportar os preços cobrados pelas empresas de energia.
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