«Vamos embora». Foi assim que ministra (não) respondeu aos jornalistas

Quem acompanha a actividade do Governo já sabe: o Executivo anuncia medidas e vai embora e os jornalistas são encarados como uma mera correia de transmissão acrítica. Se numa situação de normalidade esta postura, apesar de criticável, é tolerada, em situação de catástrofe com os incêndios deixa de ser aceitável. 

O mais recente caso ocorreu ontem, dia 17 de Agosto, com Maria Lúcia Amaral, ministra da Administração Interna, a realizar uma declaração ao país na qual dava conta que o Governo decidiu estender por mais 48 horas a situação de alerta face ao agravamento dos incêndios. Os jornalistas na sala esperavam ter mais informações e questionar sobre as falhas no sistema SIRESP ou sobre um suposto atraso na activação do Mecanismo Europeu para combate aos fogos. 

No caso do Mecanismo Europeu há, inclusive, a comparação com Espanha que não esperou pelo agravamento dos incêndios para o activar. Já a questão do SIRESP surge após a Proteção Civil ter admitido falhas no sistema, algo que tinha já acontecido, por exemplo, durante o apagão geral de Abril deste ano.

Posto isto, tanto a CNN Portugal como a RTP tentaram fazer perguntas, mas a ministra, sabendo que está no centro das críticas, optou por ouvir as perguntas e dizer à sua delegação um «vamos embora», recusando-se a responder ao que estava a ser colocado e fugindo às responsabilidades que o seu cargo acarreta. Esta postura da ministra surge após uma outra declaração ao país na qual Maria Lúcia Amaral não conseguiu responder sobre a limitação de meios no terreno. 

O Governo está neste momento sob críticas dada a incapacidade de resposta que demonstra, assim como o afastamento do problema. Além da forma como tem lidado com a comunicação social, o primeiro-ministro tem sido visado pela forma como se demonstrou despreocupado em férias enquanto o país ardia.