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Governo não pode «deixar os trabalhadores para último plano»

A posição da Frente Comum, à saída da reunião de negociação com o Executivo, é de que os trabalhadores têm de ter uma valorização salarial que respeite o facto de estarem há dez anos sem aumentos.

Os sindicatos denunciam que, ao longo das últimas décadas, sucessivos governos têm recorrido à exploração de milhares de trabalhadores nos serviços públicos
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

No fim da reunião entre a Frente Comum (CGTP-IN) e o Governo do PS, Ana Avoila, dirigente sindical, em declarações à imprensa, explicou que a proposta hoje adiantada «não acrescenta nada ao problema que temos, que são dez anos sem aumentos».

A sindicalista critica aquilo que considera ser uma opção política em «deixar os trabalhadores para último plano», porque o Governo diz que «só pode fazer um esforço de 87 milhões» de euros. A dirigente afirmou que isso é incompreensível considerando que foi aprovado recentemente um Orçamento do Estado que tem milhões disponíveis para parcerias público-privadas, Novo Banco ou isenções fiscais «para os patrões».


Em consequência, Ana Avoila lembra que, no passado dia 31 de Janeiro, a grande manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública foi «uma resposta forte e inequívoca» e que a Frente Comum vai convocar um plenário de sindicatos, para o fim do mês, para a toda a estrutura discutir futuras formas de luta.

Esta reacção dos sindicatos surge na sequência de o Governo ter informado que apenas está disponível para aumentar em sete euros os dois níveis remuneratórios inferiores aos 700 euros mensais na Função Pública.

A actualização que propõe é retroactiva a 1 de Janeiro de 2020 e destina-se aos cerca de 150 mil funcionários públicos posicionados entre os níveis 4 e 5 da Tabela Remuneratória Única (correspondentes às carreiras de assistentes operacionais e administrativos), traduzindo-se em aumentos para 642,07 e 690,13 euros, respectivamente.

Para os restantes trabalhadores, o Executivo insiste na actualização já anteriormente avançada, de apenas 0,3%.

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