Segundo o Jornal Económico, que divulgou a informação esta sexta-feira, o valor exacto do pedido ainda não é conhecido, uma vez que também ainda não são conhecidos os resultados finais obtidos pela instituição em 2021, mas notícias vindas a público dão conta de que devem rondar os 200 milhões de euros.
A possibilidade de vir a pedir nova injecção de capital já tinha sido avançada em Maio pelo presidente executivo do Novo Banco, numa audição da comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Segundo afirmou então António Ramalho, a instituição herdeira do BES poderia vir a pedir uma nova capitalização ao Fundo de Resolução, a rondar os 100 milhões de euros, referente às contas do ano passado.
O ministro das Finanças afirmou que os bancos vão substituir o Estado no financiamento do Novo Banco através do Fundo de Resolução, mas esqueceu-se da intervenção da CGD. A referência ao ex-BES não consta do Orçamento do Estado (OE) para 2021, mas o ministro das Finanças, João Leão, admite um empréstimo público ao Fundo de Resolução para que continue a entrar dinheiro no Novo Banco e a CGD deverá assegurar a maior fatia. Segundo o Executivo, que regateia cada cêntimo quando se trata de investir nas funções sociais do Estado, o Novo Banco vai «precisar» de mais de 476 milhões de euros em 2021. E, não obstante o seu desaparecimento da proposta de Orçamento do Estado, talvez para animar o BE, que coloca como questão central não haver novas transferências para o Novo Banco sem a realização de uma auditoria, João Leão admite um impacto nas contas públicas de 275 milhões de euros. Juntando a resolução às garantias da privatização, os portugueses já contribuíram com perto de nove mil milhões de euros para o antigo banco de Ricardo Salgado, vendido em 2017 aos americanos da Lone Star. Entretanto, ao abrigo do mecanismo de capital contingente, a instituição pode ainda pedir cerca de 900 milhões de euros em 2021. Os «escândalos» da banca privada e a necessidade de reverter a privatização do Novo Banco motivam o desfile que o PCP promove esta quinta-feira em Lisboa, desde o BIC (ex-BPN) até ao Novo Banco, na Avenida da Liberdade. Recorde-se que, no passado dia 18 de Setembro, PS PSD, IL, PAN, CH e CDS-PP chumbaram no Parlamento a reversão da venda do Novo Banco e a sua transferência para a esfera pública. Na iniciativa, os comunistas defendiam que, se é o Estado a pagar os buracos do banco, deve ser possível colocá-lo ao serviço da economia e do País. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Buraco do Novo Banco nas contas públicas está para durar
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Desde a resolução do BES que os apoios públicos ao Novo Banco já ultrapassaram os oito mil milhões de euros. As audições realizadas no âmbito da CPI, designadamente a António Ramalho, mas também a Mário Centeno e a Carlos Costa, actual e ex-governador do Banco de Portugal, permitiram concluir que o Estado está a pagar quase o mesmo que custaria a nacionalização do Novo Banco, mas perdendo activos e receitas.
Em Setembro de 2020, PS, PSD, IL, PAN, Ch e CDS-PP chumbaram no Parlamento a reversão da venda do Novo Banco e a sua transferência para a esfera pública.
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