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|liberdade de expressão

Censura: Pavlo Sadokha lidera campanha para proibir livro de Bruno Carvalho

Líder da Associação de Ucranianos, fazendo juz às suas origens extremistas, quer declarar novo livro do jornalista «ilícito». Ameaças não impedem apresentação de A Guerra a Leste: 8 Meses no Donbass na Bucholz, em Lisboa (9 de Abril às 18h30).

Pavlo Sadokha, com elementos da Associação de Ucranianos em Portugal, a empunhar três bandeiras do batalhão neo-nazi ucraniano Sector Direito (Pravyy Sektor). Um dos elementos usa uma t-shirt com uma imagem do colaborador nazi Stepan Bandera, responsável político pelo massacre de dezenas de milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. 
Pavlo Sadokha, com elementos da Associação de Ucranianos em Portugal, a empunhar três bandeiras do batalhão neo-nazi ucraniano Sector Direito (Pravyy Sektor). Um dos elementos usa uma t-shirt com uma imagem do colaborador nazi Stepan Bandera, responsável político pelo massacre de dezenas de milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Créditos / Facebook de Yaroslav Shevchyshyn

«No 50.º aniversário da revolução de Abril e do fim da ditadura fascista, pretende-se coartar a liberdade de expressão usando contra mim todo o tipo de calúnias e mentiras», refere nas suas redes sociais Bruno Amaral de Carvalho. O jornalista, ao longo de oito meses, cobriu a guerra na Ucrânia na região do Donbass, acompanhando os efeitos devastadores impingidos às populações, martirizadas por oito longos anos de guerra civil, bombardeamentos e milhares de vítimas.

Que um livro que relata a experiência do repóter de guerra nas regiões do Donbass seja agora, em Portugal, alvo de uma tentativa descarada de censura por parte de uma Associação de Ucranianos liderada pelo antigo assessor (Pavlo Sadokha) de um partido de extrema-direita fascista ucraniano (Svoboda), não espanta: em ambos os países «há quem queira que regresse o tempo em que se censurava literatura e se prendiam escritores e jornalistas».

«Na sua visão unilateral e totalitária, esta associação quer impor em Portugal aquilo que acusa Moscovo de fazer: impor o pensamento único e acrítico, impedir o pluralismo e instaurar a perseguição e o assédio sobre quem não segue a sua linha».

A Guerra a Leste: 8 Meses no Donbass vai ser apresentado amanhã, 9 de Abril, às 18h30, na livraria Bucholz, em Lisboa, com a participação do Major-General Carlos Branco e Zeferino Coelho, histórico editor da Caminho. As sessões sucedem-se com a apresentação do livro em Coimbra (11 de Abril, às 18h, na Casa Municipal de Cultura), com a presença de Manuel Pires da Rocha, e no Porto (na Universidade Popular) com a promoção da Unicepe.

«São todas e todos bem-vindos à apresentação do livro que será, entre outras coisas, mais uma oportunidade para exercermos o direito à liberdade de expressão», afirma o autor.

Uma associação capturada pelas lógicas e narrativas da extrema-direita saudosista do neo-nazismo

A campanha para ilegalizar o livro A Guerra a Leste: 8 Meses no Donbass não conseguiu, até agora, apesar das várias tentativas, censurar a divulgação da obra e impedir que a população portuguesa (e estrangeira) aceda à mesma. Pressões públicas contra a livraria Bucholz, em Lisboa, onde vai ser apresentada a obra; contra a editora Leya (que editou o livro, na chancela Caminho); e contra a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Criança e Jovens, falharam.

Os promotores alegam que o livro «exerce violência psicológica contra os ucranianos, incluindo crianças» e exigem que se «tomem todas as medidas legais necessárias para evitar a violência psicológica contra as crianças ucranianas em Portugal, considerando se é lícito vender propaganda russa de agressão contra a Ucrânia».

Pavlo Sadokha, líder da Associação de Ucranianos em Portugal desde 2010, foi assessor do Svoboda, partido de extrema-direita na Ucrânia. Em 2014, durante o golpe de Estado em Kiev, participou na entrega de mantimentos e material de guerra a batalhãos neo-nazis como o Pravyy Sektor, Sich e Azov. Sadokha é admirador confesso de Stepan Bandera, colaborador ucraniano do exército nazi durante a Segunda Guerra Mundial, responsável político de vários massacres que vitimaram dezenas de milhares de judeus.

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