Após uma arruada ao lado do recandidato ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, da Praça Camões à Rua Augusta, António Costa aproveitou os holofotes da comunicação social para confundir o eleitorado sobre o significado de uma eventual vitória da coligação liderada pelo PS.
«Lisboa é fundamental para termos sucesso nas grandes prioridades das políticas definidas, a começar por mais habitação acessível», declarou António Costa. Envergando o fato de secretário-geral do PS, reconheceu que o desafio da habitação é nacional, ou seja, do Estado Central, «mas em que a capital do País é absolutamente essencial».
Depois de percorrer Portugal a fazer campanha em torno do Plano de Recuperação e Resiliência (mais do que para falar dos problemas que as regiões enfrentam), tentando passar a ideia de que o dinheiro vindo de Bruxelas poderá ser mais facilmente investido num município do seu partido, as afirmações desta tarde são mais um acto de chantagem de António Costa.
Além de contradizerem a retórica que o próprio levou ao congresso do PS, de querer «manter uma política de diálogo à esquerda», não fazem sentido quando se olha para os últimos seis anos, em que o Governo do PS andou bem em matérias em que se viu forçado a negociar.
Aconteceu assim na mobilidade, nomeadamente na instituição de passes mais acessíveis, que ajudaram a aumentar a procura pelos transportes públicos, na disponibilização de manuais escolares gratuitos até ao 12.º ano, entre várias outras medidas, estando agora em perspectiva, por exemplo, a gratuitidade das creches poder estender-se a todos os escalões do IRS.
No plano municipal, onde o direito à habitação tem sido negado às famílias de parcos rendimentos, foi também importante para os lisboetas a falta de uma maioria absoluta de Fernando Medina, que no mandato que agora termina não conseguiu cumprir a promessa de seis mil casas no âmbito do programa habitação acessível. Entre os exemplos está a aprovação do Programa de Arrendamento a Custos Acessíveis (PACA), que prevê, a par de outros aspectos, uma bolsa de fogos a partir do património municipal imobiliário disperso.
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