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|Afeganistão

Várias ONG deixam de trabalhar no Afeganistão após veto às mulheres

Diversas organizações não governamentais (ONG) anunciaram a suspensão das suas actividades no Afeganistão depois de o governo dirigido pelos talibãs ter proibido as mulheres de trabalhar nessas organizações.

Créditos / ohchr.org

Três das organizações – Save the Children, Conselho Norueguês para os Refugiados e CARE International – anunciaram a decisão num comunicado conjunto, este domingo.

«Não podemos chegar eficazmente às crianças, mulheres e homens que necessitam desesperadamente de ajuda no Afeganistão sem o nosso pessoal feminino», afirma o comunicado, citado pela PressTV.

As ONG referidas frisaram que não teriam sido capazes de ajudar milhões de afegãos se não tivesse empregado a mão-de-obra feminina, desde Agosto do ano passado. 

Nessa altura, a NATO abandonou o país e o poder passou para os talibãs, que a NATO/EUA tinham «inventado» 40 anos antes, na mobilização do extremismo islâmico contra as tropas soviéticas presentes no território afegão para defender a República Democrática do Afeganistão.

Por seu lado, a ONG International Rescue Committee, que emprega 3000 mulheres no país da Ásia Central, disse, também em comunicado, que iria suspender os seus serviços, por motivos semelhantes.

Estas declarações seguem-se à proibição, imposta no dia anterior pelo governo talibã às ONG nacionais e estrangeiras, de utilização de mulheres como mão-de-obra.

O representante no país do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, Ramiz Alakbarov, condenou estas restrições sobre os direitos das mulheres, tendo sublinhado, via Twitter, «o papel inegável das mulheres em todos os aspectos da resposta humanitária» e afirmado que a decisão é uma «clara violação dos princípios humanitários».

Numa outra declaração, Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, manifestou a «profunda perturbação» do organismo com a decisão anunciada pelas autoridades de facto afegãs e reafirmou o «direito de todas as mulheres a participar na vida como força de trabalho e, assim, a contribuir para o bem geral».

A ONU, que solicitou uma reunião aos talibãs, afirmou que a proibição declarada pelas autoridades afegãs vai dificultar o trabalho de ajuda humanitária no terreno, num país onde 28 milhões dela precisam para sobreviver, depois de 40 anos de guerra, 20 dos quais sob ocupação das forças da NATO, que deixaram um rasto de morte, pobreza e dependência, e num contexto de dificuldades acrescidas em virtude das sanções impostas.

A decisão anunciada pelo governo talibã ocorreu poucos dias depois de ter sido declarada, com efeito imediato, a proibição da participação das mulheres no Ensino Superior.

Desde que chegaram ao poder, os talibãs proibiram as raparigas de participar no Ensino Secundário e restringiram o acesso das mulheres ao emprego, a parques públicos e ginásios.

Países vizinhos e da região, como a Índia, o Irão e o Paquistão, condenaram a decisão das autoridades de facto de Cabul, bem como a Organização para a Cooperação Islâmica, que emitiu um comunicado a propósito no passado dia 21.

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