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|Síria

Trump quer destinar mais 5 milhões de dólares aos «heróicos» Capacetes Brancos

O Departamento de Estado aprovou a atribuição de mais 5 milhões de dólares aos Capacetes Brancos, cujas actividades têm sido reiteradamente denunciadas como «terroristas» por Damasco e Moscovo.

Os Capacetes Brancos, acusados de serem uma filial da Al-Qaeda, são financiados pelas potências ocidentais
Créditos / veteranstoday.com

A intenção dos Estados Unidos de atribuir mais 5 milhões de dólares para o prosseguimento das operações dos Capacetes Brancos na Síria, em apoio ao Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente das Nações Unidas, foi divulgada em comunicado, esta quinta-feira, segundo refere a agência Sputnik e a RT.

A intenção de atribuir a verba referida para que «as operações vitais dos Capacetes Brancos na Síria» possam continuar foi também anunciada, ontem, pelo enviado especial dos EUA para a Síria, James Jeffrey. O funcionário norte-americano, membro da CIA e representante de Washington junto da chamada Coligação Internacional, fez o anúncio no âmbito da III Conferência de Bruxelas sobre o apoio ao futuro da Síria e da região, que decorreu na capital belga entre 12 e 14 de Março, sem que o governo sírio tenha sido convidado.

O financiamento, decretado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ainda está dependente da aprovação do Congresso. Em comunicado, a Casa Branca afirma que a «administração dos EUA apoia firmemente o trabalho dos Capacetes Brancos», acrescentando que os membros desta organização terão «salvo mais de 114 mil vidas desde que começou o conflito na Síria», refere a RT.

De acordo com a Casa Branca, a organização é composta por «heróicos socorristas», contando actualmente com mais de 2800 voluntários, que «continuam a participar em operações de busca e resgate, resposta de emergência e recuperação imediata para ajudar os civis em áreas fora do controlo do regime».

«Organização terrorista de fachada humanitária»

O governo sírio tem denunciado repetidamente as actividades terroristas dos Capacetes Brancos e a ligação dos seus membros a vários grupos islamitas. Por seu lado, o Exército Árabe Sírio tem revelado documentos que expõem a suposta organização humanitária como uma sucursal da Frente al-Nusra (ligada à Al-Qaeda) e que evidenciam o seu papel na encenação de ataques químicos contra civis, com o objectivo de «culpar» Damasco, para assim justificar ataques e um maior intervencionismo das potências ocidentais.

Moscovo também tem denunciado a natureza terrorista da organização Capacetes Brancos. Em Dezembro último, o director da Fundação para o Estudo da Democracia, Maxim Grigoriev, apresentou nas Nações Unidas os resultados de uma investigação sobre os Capacetes Brancos, tendo afirmado que estes trabalham com grupos terroristas na Síria, roubam órgãos às vítimas que fingem estar a evacuar, participam na encenação de falsos ataques com armas químicas e outro tipo de ataques, e saqueiam as casas dos sírios mortos e feridos na guerra.

Por seu lado, o representante permanente da Rússia junto das Nações Unidas, Vassily Nebenzia, sublinhou que os Capacetes Brancos «se desacreditaram a si mesmos com os crimes que cometeram, e que estão documentados, em território sírio». Sublinhando que a organização «tem representantes no Ocidente», disse entender que ali sejam defendidos. «Tem lógica proteger um investimento», frisou.

Envolvimento do Ocidente

Fundados em 2013 por James Le Mesurier, ex-oficial do Exército britânico, os Capacetes Brancos actuaram e actuam em zonas controladas por grupos terroristas. Receberam fundos avultados através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) e de vários países ocidentais, o que levou o governo sírio a denunciar mais esta forma de envolvimento de países como os EUA, a França e o Reino Unido no apoio ao terrorismo que flagela a Síria desde 2011.

Esse envolvimento ficou também patente quando, em Julho do ano passado, em plena ofensiva do Exército Árabe Sírio e seus aliados no Sudoeste do país, forças israelitas levaram a cabo uma operação secreta com o intuito de salvar 800 membros dos Capacetes Brancos e suas famílias.

Estes foram primeiro evacuados pelas forças sionistas do Sudoeste da Síria para a Jordânia, tendo sido depois enviados para os EUA, Canadá, Reino Unido França e Alemanha.

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