Num plenário realizado sexta-feira, os funcionários do Município de São Paulo decidiram manter a greve. Mesmo sob chuva intensa, cerca de 3000 trabalhadores compareceram diante da sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro da cidade.
Ali, indica a Rede Brasil Atual, rejeitaram a contraproposta de aumento de 2,16% apresentada pelo governo de Ricardo Nunes (Movimento Democrático Brasileiro – MDB). Também decidiram agendar nova paralisação para esta terça-feira, dia 12, com um plenário no mesmo local, às 14h.
De acordo com a fonte, os trabalhadores aprovaram por unanimidade todas as propostas das organizações que os representam e, exigindo uma negociação efectiva, deixaram no ar a possibilidade de avançar para uma greve por tempo indeterminado, que será votada no próximo plenário.
«Se não tiver proposta digna, vamos parar», afirmaram os trabalhadores, que, mesmo com chuva, seguiram em manifestação até à Avenida Paulista, onde se juntaram ao acto do Dia Internacional da Mulher marcado para o vão livre do Museu de Arte de São Paulo – Masp.
Aumentos salariais dignos e melhores condições de trabalho
Segundo revelou no seu portal o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), as organizações que se mobilizam em defesa dos trabalhadores exigem uma «verdadeira negociação».
O Fórum das Entidades do Funcionalismo reclama igualmente a «reposição da inflação» e o «reajuste linear de 16%», bem como a garantia do pleno direito às férias. Também estão na lista de reivindicações o «fim do confisco de 14% dos vencimentos dos aposentados e pensionistas», melhores condições de trabalho e saúde, o fim das terceirizações (subcontratações) e a abertura de concursos e nomeações no imediato.
Em nota, o conjunto das organizações reunidas no Fórum de Entidades sublinha que «a prefeitura possui os recursos para dar 16% de reajuste linear e incorporar os abonos, só falta vontade política».
A proposta do município constitui «um enorme desrespeito», destacam os sindicatos, que afirmam a necessidade da unidade «para forçar o governo a apresentar uma nova proposta, que atenda nossa pauta».
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