Em comunicado ontem divulgado, a confederação condenou a atitude de ingerência do organismo regional, a sua falta de respeito pelo direito internacional, a liberdade e a autodeterminação dos povos, bem como a sua agressão à paz e à prosperidade dos países da América Latina e das Caraíbas.
A OEA, juntamente com os aparelhos de terror dos Estados Unidos, serve para desestabilizar e organizar golpes de Estado contra governos progressistas e eleitos democraticamente, e, no seu apego aos interesses de Washington, transgride os seus princípios e propósitos, denuncia a confederação, citada pela agência Prensa Latina.
Os trabalhadores do Ensino reafirmaram a defesa da dignidade e soberania nacional face a qualquer agressão, tendo recordado a tentativa de golpe de Estado «terrorista, orquestrado e financiado pelo império yanqui», em 2018, contra o executivo do país centro-americano.
Na passada sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Nicarágua enviou uma missiva ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, na qual denuncia a Carta de fundação do organismo regional e comunica a decisão da Nicarágua de se desvincular da OEA.
O chefe da diplomacia nicaraguense, Denis Moncada, afirmou que, desta forma, se pretendia «pôr fim a uma relação hostil, ofensiva e ultrajante para a Nicarágua».
«A OEA continua a ser o instrumento criado pelos EUA para projectar a sua política de ingerência e hegemonia de intervenção, de ameaça, de agressão contra os países da América Latina e das Caraíbas», frisou, numa entrevista transmitida pela TeleSur.
A nível nacional, a Frente Nacional dos Trabalhadores, a União dos Estudantes da Nicarágua, a Federação dos Estudantes da Secundária e a Rede Nicaraguense Anti-imperialista de Solidariedade com os Povos Augusto C. Sandino foram algumas das organizações que apoiaram a decisão do executivo.
«Um acto digno, uma posição soberana»
A decisão das autoridades do país centro-americano foi também saudada por diversos países e representantes políticos internacionais. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, congratulou-se com o anúncio da saída daquilo a que chamou o «ministério das colónias» e referiu-se à «continuada e servil prática do secretário-geral dessa entidade, Luis Almagro».
Bruno Rodríguez, ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, expressou, em nome do seu país, o apoio à atitude «firme e digna» da Nicarágua, face às manobras da OEA, um organismo que se manteve «calado em múltiplas ocasiões perante golpes de Estado na nossa região, foi cúmplice de tentativas de isolamento e intervenções militares e apoiou agressões económicas».
Por seu lado, Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, defendeu que o processo iniciado agora pela Nicarágua «é um acto digno, uma posição soberana para nos fazer respeitar como povos perante este organismo dominado por Almagro e o seu grupo».
Também no Twitter, este domingo, destacou a resistência ao imperialismo e a soberania de países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, que fazem frente «ao bloqueio económico dos Estados Unidos e ao bloqueio diplomático da OEA, organizadores de golpes e intervenções militares na América Latina».
Também o secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo, apoiou a decisão da Nicarágua, que considerou «sábia e justa».
Caycedo lembrou que a OEA nasceu no meio das ruas ensanguentadas do Bogotazo, em Abril de 1948 e que, «desde então, apoiou golpes de Estado, projectos de estigmatização anti-comunista, ditaduras, o não reconhecimento de governos populares, a intromissão em fraudes eleitorais, o respaldo a "guerras jurídicas" contra dirigentes de esquerda».
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