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|Venezuela

Dirigentes bolivarianos destacam fracasso da OEA contra a Venezuela

Diosdado Cabello, Jorge Rodríguez e Elías Jaua sublinharam a firmeza da diplomacia venezuelana na última assembleia da OEA, face à ingerência deste organismo e às pressões dos EUA.

A Venezuela reafirmou a decisão soberana de abandonar a OEA, «organismo servil perante os interesses imperialistas»
Créditos / diario-octubre.com

Falando ontem à tarde numa conferência de imprensa no Palácio de Miraflores (sede do executivo), o ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, denunciou a atitude intervencionista da Organização dos Estados Americanos (OEA), tendo afirmado que, entre 2014 e 2018, a Assembleia Geral deste organismo, manobrada pelos Estados Unidos da América, tentou atacar a Venezuela 32 vezes.

Classificando a OEA como um «Ministério das Colónias», Rodríguez referiu que o documento promovido pelos EUA e seus aliados no hemisfério, com o propósito de suspender a Venezuela do organismo, apenas alcançou 19 dos 24 votos necessários para esse objectivo, apesar de o secretário-geral, Luis Almagro, ter garantido, a 3 de Junho, que havia um consenso.

A Venezuela encontra-se em processo de saída da OEA desde Abril de 2017, mas o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, defendeu que a suspensão da Venezuela do organismo seria uma maneira de enviar «uma mensagem poderosa» ao governo de Maduro, e o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, desdobrou-se em reuniões com os representantes dos estados-membros, segundo indica a TeleSur.

A este propósito, Rodríguez afirmou que os EUA levaram a cabo um lobby «fundamentado em fake news» [notícias falsas] para desprestigiar o país sul-americano e pressionar os países que integram o «Ministério das Colónias» a agir contra a Venezuela. Uma estratégia de ataque da administração norte-americana que classificou como «a mais infame».

«Dignidade face ao imperialismo»

Também ontem, falando no programa televisivo «Encuentro popular», o ministro venezuelano da Educação, Elías Jaua, destacou a dignidade demonstrada pela Venezuela face ao imperialismo, bem como a coragem de países que, submetidos a imensas pressões, se opuseram à proposta dos EUA e do Grupo de Lima.

Por seu lado, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, qualificou como um «fracasso» a tentativa dos EUA de interferir nos assuntos internos do seu país, tendo como base a OEA – apesar de todas as pressões exercidas sobre países latino-americanos.

Falando no programa «Con el mazo dando», o dirigente do PSUV lembrou que Nicolás Maduro solicitou a retirada da Venezuela da OEA pelo facto de esta constituir «um instrumento para a perseguição dos povos», indica a Prensa Latina.

Cabello exortou ainda os povos do continente a defender a soberania da Nicarágua,  condenando as «acções violentas perpetradas por grupos minoritários de direita» e chamando a atenção para as semelhanças entre o que está a acontecer no país centro-americano e a violência promovida pela extrema-direita de Abril a Julho de 2017 na Venezuela.

Venezuela de saída

Na sede da OEA, em Washington, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, confirmou esta terça-feira a decisão soberana do seu país de abandonar o organismo regional, na medida em que este apoia as acções intervencionistas promovidas pela administração norte-americana contra Caracas.

O diplomata explicou que a retirada da Venezuela desta organização será concretizada em Abril de 2019, concluídos os dois anos do processo iniciado nesse sentido pelo presidente da República, Nicolás Maduro, «tendo em conta o servilismo da OEA perante os interesses imperialistas». Arreaza criticou a atitude subserviente assumida pelo secretário-geral, Luis Almagro, na medida em que promoveu acções para «destruir o projecto bolivariano».

Na sessão plenária da Assembleia Geral da OEA, foi aprovado um texto em que se consideram «ilegítimas» as eleições de 20 de Maio último, marcadas pela reeleição de Nicolás Maduro, e se exorta os países-membros a implementar medidas políticas, económicas e financeiras para promover «o restabelecimento da ordem constitucional».

No entanto, os EUA e seus aliados não conseguiram expulsar a Venezuela da OEA, ficando a cinco votos dos 24 necessários.

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