Em comunicado, a organização representativa dos trabalhadores lembrou, na quinta-feira, que as manifestações e as greves estão salvaguardas pela Constituição nacional e por tratados internacionais sobre direitos humanos de que a Argentina é parte.
Por seu lado, o secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, criticou a decisão do executivo de Javier Milei de impedir a realização de manifestações.
«Adoptam medidas destinadas a atacar as consequências e não as causas dos protestos. Se não querem conflitos, parem com o ajuste e aumentem os salários», disse, citado pela Prensa Latina.
A Direcção Nacional da ATE decidiu definir um plano de acção e declarar o estado de alerta e assembleia permanente, repudiar e rejeitar qualquer possibilidade de despedimento, e realizar acções directas antes do final ano.
Forças federais vão reprimir as mobilizações
Na quinta-feira à tarde, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou que as quatro forças federais «intervirão» em situações de cortes, piquetes e bloqueios parciais ou totais de ruas e locais públicos.
Em conferência de imprensa, a titular da pasta da Segurança informou sobre a aplicação de um novo protocolo para a «manutenção da ordem», no qual participarão a Gendarmeria, a Prefeitura Naval, a Polícia de Segurança Aeroportuária e a Federal, além dos serviços prisionais.
Disse ainda que serão identificados os autores, cúmplices e instigadores desse «tipo de crime», bem como as viaturas utilizadas, que serão apreendidas se não cumprirem as regras de trânsito e se os seus condutores não possuírem os documentos requeridos.
Serão sancionados os que levarem crianças e serão notificadas as autoridades competentes, indicou, acrescentando que, por todos os custos das «operações de segurança», serão enviadas as facturas às organizações e indivíduos responsáveis. «O Estado não pagará pelo uso das forças», disse.
«No caso de estrangeiros com residência provisória, enviaremos a informação à Direcção Nacional de Migrações. Além disso, criaremos um registo das organizações que participam nesse tipo de manifestações», acrescentou.
«Se forem para as ruas, haverá consequências. Os cortes acabaram e a Polícia que não quiser actuar perante um crime também terá de responder», disse Bullrich.
Organizações de esquerda já classificaram as medidas anunciadas pelo governo de Milei como «absolutamente inconstitucionais».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui