Emmanuel Macron voltou a provar que é o principal polo de instabilidade na vida política francesa e, ignorando a vontade popular e dos partidos políticos que detêm a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, voltou a nomear Sébastien Lecornu como primeiro-ministro de França.
A escolha do ex-ministro da Defesa aconteceu depois de uma reunião com os principais partidos, o que não deixou de ser estranho uma vez que Sébastien Lecornu demitiu-se depois de entender que o seu Governo não teria grande futuro dadas as ameaças de censura.
Mesmo essa reunião foi, no mínimo, sui generis, já que aconteceu sem telemóveis e não contou com a presença de Macron volta a nomear Sébastien Lecornu para primeiro-ministro
representantes da União Nacional e da França Insubmissa, por serem dois partidos que «procuram a dissolução» da Assembleia e novas eleições, segundo o gabinete de Macron.
Entretanto, Lecornu já reagiu à sua renomeação nas redes sociais: «Farei tudo o que estiver ao meu alcance para dotar a França de um orçamento até ao final do ano e para responder aos problemas do quotidiano dos nossos compatriotas», afirmou. Importa lembrar que, aquando da demissão, Lecornu afirmava haver muros intransponíveis que impediam a sua governação.
Para já, o que se sabe é que a margem de manobra de Lecornu é reduzida e, segundo a imprensa francesa, se desta vez não for possível chegar a consensos, o presidente Macron não exclui a possibilidade de uma dissolução. «Se não resultar, é a dissolução, porque não há plano B», disse uma fonte do jornal Le Parisien.
A França está já a menos de dois anos das próximas eleições presidenciais que se irão realizar em 2027 e, talvez daqui a seis meses, comecem a aparecer os principais candidatos. Isto pode dar alguma almofada temporal a Lecornu, mas significa também que as críticas vão intensificar-se a partir desse momento.
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