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CGT apela à mobilização contra a austeridade em França

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) anunciou uma jornada de mobilização para 2 de Dezembro, sublinhando que só os trabalhadores podem travar as «consequências catastróficas» do orçamento em debate.

A CGT apela à mobilização de todos, em toda a França, para travar os «horrores» de um orçamento «catastrófico» Créditos / ecoutezlinfo.fr

Para a organização sindical de classe, «nada está decidido» e, nesse sentido, defende que é agora, em pleno debate do orçamento, que os trabalhadores devem intensificar a mobilização.

O objectivo é valorizar os salários e afastar o orçamento da austeridade, «derrotar todos os retrocessos», conquistar a revogação da reforma das pensões e defender os serviços públicos, cujo futuro está em causa, assim como o do país – no entender da CGT.

No canal BFMTV, Sophie Binet, secretária-geral da estrutura sindical, disse que a jornada de mobilização de 2 de Dezembro inclui greves e manifestações. «Nesse dia, estaremos numa sequência decisiva dos debates orçamentais, pelo que instamos os trabalhadores a vir para a rua, de modo que o debate parlamentar decorra sob a pressão da mobilização», afirmou.

Para Binet, o objectivo é enterrar um orçamento com «catástrofes», com impacto em áreas como a saúde e a educação – tendo em conta que a proposta do governo inclui a destruição de 4500 postos de trabalho na educação pública.

Uma das exigências fundamentais da CGT é a revogação da reforma das pensões aprovada por Macron – que por enquanto se encontra suspensa, até Janeiro de 2028. Ainda assim, a organização sindical considera que a suspensão é «uma primeira brecha» num processo que há-de conduzir à sua revogação.

Lutar contra os «horrores», defender maior justiça social

A fundamentar a necessidade de mobilização na luta por maior justiça social e fiscal, a CGT refere-se a outros «horrores» contemplados na proposta orçamental, como a eliminação de milhares de postos de trabalho e o congelamento de salários no sector público; a redução das verbas destinadas aos serviços públicos ou o aumento das despesas para os utentes na saúde.

Alerta ainda para outros retrocessos e «horrores», como a limitação da baixa médica a 15 dias e dos acidentes de trabalho/doenças profissionais a quatro meses; o corte nas verbas destinadas a hospitais e lares de idosos; a falta de recursos para combater a violência contra as mulheres ou de medidas eficazes em prol da «equidade fiscal».

Numa nota, a CGT denuncia o facto de a Assembleia Nacional ter rejeitado o imposto sobre a riqueza dos multimilionários, bem como os despedimentos massivos levados a cabo pelo patronato, que «se opõe a todos os aumentos salariais nas empresas», num contexto de lucros históricos.

Sublinhando que a jornada de luta de 2 de Dezembro está a ser construída, a CGT apela à mobilização dos jovens, trabalhadores, reformados e desempregados em toda a França, afirmando que esse dia os dias seguintes «serão decisivos».

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