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|França

Macron ganha quanto menos pessoas forem votar

Uma alta taxa de abstenção favorece a eleição dos candidatos que apoiam o presidente francês.

Ao meio da manhã a taxa de abstenção era ligeiramente menor que na primeira volta das legislativas. 
Ao meio da manhã a taxa de abstenção era ligeiramente menor que na primeira volta das legislativas. CréditosDR / DR

Os resultados da segunda volta das eleições legislativas em França vai depender da mobilização eleitoral. Os apoiantes de Macron, mais velhos, mais ricos e com diploma do ensino superior normalmente abstêm-se menos que os eleitores da coligação de esquerda Nupes, que se encontram entre os mais jovens e os habitantes dos bairros populares nos subúrbios das grandes cidades.

Os estudos eleitorais mostram que os votantes do Nupes foram penalizados pela abstenção, na primeira volta das legislativas, em relação à votação tida por Jean-Luc Mélenchon, na primeira volta das eleições presidenciais: um dos sectores que apoiou o candidato populista de esquerda desapareceu, quase completamente, das assembleias de voto: nos bairros sociais à volta das grandes cidades, três quartos dos eleitores recenseados abstiveram-se no domingo, 12 de Março. Os Nupes estão na liderança entre os mais jovens (cerca de 50% das intenções de voto) mas como 70% dos jovens não foram votar, esta especificidade constitui uma desvantagem competitiva.

A boa mobilização da classe média urbana educada, motivada politicamente pela união da esquerda, não foi suficiente para compensar o colapso da participação dos bairros populares e da juventude. Se o total de votos dos Nupes mal ultrapassa metade (53%) dos votos dos candidatos de esquerda nas eleições presidenciais, é portanto na sociologia da abstenção que deve ser procurada a principal razão para tal.

O campo presidencial está em maioria nos reformados e é o preferido das categorias mais instruídas e ricas, que são muito mais constantes na sua participação eleitoral do que as classes jovens e trabalhadoras, uma elevada taxa de abstenção é, a priori, favorável aos candidatos apoiantes de Macron.

O que está em jogo?

Estas eleições vão definir a composição da Assembleia Nacional francesa, depois de, nas últimas eleições legislativas, em 2017, o partido de Emmanuel Macron, 'La République en Marche', ter obtido uma maioria absoluta confortável, com 351 deputados num total de 577.

Desta vez, os cálculos parecem mais complicados para Macron: depois de ter ganho as eleições presidenciais em abril, com 58,55% dos votos na segunda volta, o Presidente francês enfrenta agora uma esquerda unida, que formou a coligação Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes).

Apesar de nenhuma sondagem dar à Nupes a possibilidade de obter uma maioria, a sua progressão pode ditar o fim da maioria absoluta de Macron, o que o obrigaria a negociar com outros partidos para conseguir aprovar leis.

Uma das últimas sondagens, publicada na sexta-feira pelo instituto Ipsos Steria para a France Télévisions, estima que a coligação presidencial, Ensemble! (Juntos), deve obter entre 265 e 305 deputados -- são necessários 289 para obter a maioria absoluta --, a Nupesx entre 140 e 180, seguida do partido de centro-direita Republicanos, entre 60 e 80, e a União Nacional, de Marine Le Pen, com entre 20 e 50 deputados.

Na segunda volta destas legislativas – que funcionam com base num sistema uninominal de duas voltas –, a coligação presidencial vai enfrentar candidatos da Nupes em 270 círculos eleitorais, e candidatos de extrema-direita, da União Nacional em outros 108 círculos eleitorais.

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