Widad el-Mostafa, representante da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) junto da Comissão, alertou para «a situação perigosa nos territórios saarauís ocupados, tendo em conta que o bloqueio policial permitiu à máquina repressiva marroquina cometer crimes graves contra a humanidade, numa violação flagrante do direito internacional», noticiou esta segunda-feira o Sahara Press Service.
De acordo com o representante saarauí, assiste-se a um recrudescimento da violação do direito internacional humanitário, por parte da ocupação marroquina, sobretudo após o «retomar da guerra na região, na sequência da violação do cessar-fogo pelas forças de Marrocos, em 13 Novembro de 2020».
Mereceu especial referência a situação da defensora dos direitos humanos saarauí Sultana Khaya, há um ano em regime de prisão domiciliária na cidade de Bojador, bem como da sua família, que «têm sido submetidas a todos os tipos de intimidação e abuso».
O funcionário governamental saarauí instou a Comissão, enquanto organismo africano que vela pela defesa dos direitos humanos no continente, a tomar medidas urgentes para proteger esta família, assim como todos os civis saarauís, que, nos territórios ocupados, têm estado sofrer os «crimes cometidos pelo aparelho de segurança de Marrocos», refere a fonte.
EL-Mostafa exigiu ainda a libertação dos presos saarauís nas cadeias marroquinas, o esclarecimento daquilo que aconteceu aos civis que se encontram desaparecidos, bem como o fim do saque de Marrocos às riquezas naturais do território do Saara Ocidental.