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Alerta para a situação de mulheres palestinianas detidas em cadeias israelitas

Um grupo de defesa dos direitos dos presos palestinianos chamou a atenção para diversos tipos de violência e as duras condições que as mulheres palestinianas enfrentam nas cadeias da ocupação.

Mulheres palestinianas presas numa cadeia da ocupação (imagem de arquivo) Créditos / PressTV

O advogado da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos destacou, esta segunda-feira, o caso da cadeia de israelita de Damon, por nela as detidas palestinianas serem alvo de diversos abusos cometidos pelos serviços prisionais.

Destacou também a situação da presa Intisar al-Awawdeh e contou os maus-tratos que esta sofreu durante a sua detenção e posteriormente.

A mulher de 52 anos, residente na aldeia de Karma – perto de al-Khalil/Hebron, no Sul da Cisjordânia ocupada –, foi detida no passado dia 13 de Maio.

Awawdeh disse ao advogado que um grande número de soldados israelitas invadiu a sua casa na manhã desse dia, pedindo-lhe que se identificasse. Em seguida, confiscaram-lhe o telemóvel e o computador, e prenderam-na.

«Venderam-me os olhos, amarraram-me as mãos e recusaram-se a deixar-me trocar de roupa. Não havia nenhuma mulher soldado com eles. Empurraram-me repetidamente e transportaram-me num jipe militar», relatou a presa pela voz do advogado.

Awawdeh foi levada para um centro de detenção no colonato de Kiryat Arba, nas imediações de al-Khalil/Hebron, e depois para o de al-Maskobiyya, em Jerusalém, onde foi despida e revistada, e onde passou 22 dias.

Celas escuras, humidade, sujidade, ausência de ventilação

Sobre as condições desumanas neste centro de detenção, disse que «a cela era escura e sem janelas. A água era imprópria para consumo».

«Fui então transferida para a prisão de Sharon, onde a humidade chega ao ponto de bolor, o chão é extremamente sujo, como um depósito de lixo, e odores desagradáveis emanam de todo o lado. A comida é precária em quantidade e qualidade», acrescentou Awawdeh.

«Na prisão de Damon, as condições são extremamente duras. Não há ventilação natural nos quartos, nem produtos de higiene pessoal, e a maioria das mulheres sofre de erupções cutâneas devido ao calor, ao suor e à humidade», acrescentou, citada pela Wafa e a PressTV.

Afirmando que muitas mulheres detidas sofrem de deficiência de vitamina D e, como consequência, de queda de cabelo, Awawdeh referiu-se também à escassez de roupa e roupa interior, bem como às «inspecções constantes e repentinas». «Isto gera ansiedade entre as presas, especialmente entre as menores e as grávidas», disse.

Mais de 18 500 detidos na Cisjordânia desde Outubro de 2023

Há muito que são denunciadas as condições deploráveis em que os presos palestinianos são mantidos nas cadeias da ocupação, bem como os maus-tratos e as torturas que ali padecem.

Recentemente (já este mês), um relatório conjunto da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, da Sociedade dos Presos Palestinianos e da Addameer revelou que mais de 18 500 palestinianos foram detidos na Margem Ocidental ocupada desde o início da mais recente ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza, a 7 de Outubro de 2023.

Entre estes figuravam pelo menos 570 mulheres – sem que exista um número confirmado das que foram presas directamente na Faixa de Gaza – e pelo menos 1500 menores (casos documentados).

Desde 7 de Outubro de 2023, pelo menos 75 presos palestinianos morreram sob custódia das forças de ocupação – 46 dos quais provenientes de Gaza. No entanto, sublinha a Wafa, o número de palestinianos originários de Gaza que foram mortos depois de terem sido detidos é muito superior (e incerto, porque não documentado), tendo em conta a política de desaparecimento forçado implementada pelas forças sionistas.

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