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China aposta em mais cooperação com a América Latina, sem submissão a terceiros

O governo chinês divulgou o terceiro documento sobre a política do país em relação à América Latina e Caraíbas (ALC), centrada na dinamização da cooperação, que pretende colocar em novos patamares.

Créditos / PL

O executivo chinês apresentou esta quarta-feira o seu terceiro «Documento sobre a política da China em relação à América Latina e Caraíbas», sublinhando que as relações China-ALC entraram numa nova fase de igualdade, mútuo benefício, inovação, abertura e benefícios para os povos – constituindo um «exemplo notável de cooperação Sul-Sul».

Depois do primeiro e segundo documentos sobre a política China-ALC, publicados em 2008 e 2016, respectivamente, o texto agora divulgado afirma que ambas as partes vão trabalhar em conjunto para promover cinco programas com vista à construção de uma comunidade com um futuro partilhado, marcando uma nova fase nas relações bilaterais.

Esses programas haviam sido anunciados em Maio último pelo presidente chinês, Xi Jinping, na Quarta Reunião Ministerial do Fórum China-Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), abrangendo solidariedade, desenvolvimento, civilizações, paz e conectividade entre os povos.

O documento – explica o Global Times – detalha as propostas políticas da China para trocas e cooperação em mais de 40 áreas, que incluem intercâmbios de alto nível, cooperação de alta qualidade no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, comércio e investimento, inovação científica e tecnológica, bem como intercâmbios e cooperação militar.

Roteiro e guia para um novo capítulo de construção

Na cerimónia de apresentação do documento, em Pequim, o ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros, Cai Wei, disse que o texto pretende escrever, de forma conjunta, um novo capítulo na construção da comunidade de futuro partilhado entre ambas as partes.

O documento «mostra a grande importância que a China atribui a esta relação e o seu profundo compromisso em procurar o desenvolvimento comum com os países da América Latina e Caraíbas», disse Cai, acrescentando que o texto servirá de roteiro e guia para as relações China-ALC na «nova era».

«Os cinco programas, que visam impulsionar conjuntamente o desenvolvimento e a revitalização […], foram amplamente acolhidos pelos países da região», observou o diplomata, sublinhando que o país asiático está pronto para dar seguimento e injectar novo ímpeto nas relações China-ALC.

Reflectindo sobre a cooperação anterior, Cai Wei disse que os dois primeiros documentos orientaram e promoveram eficazmente o crescimento das relações China-ALC, tendo destacado o aprofundamento da confiança política e da cooperação institucional, bem como o facto de 24 países da região terem aderido à «grande família da cooperação da Iniciativa Cinturão e Rota».

Juntos por um mundo «mais próspero, justo e sustentável»

Por seu lado, Martin Charles, decano do corpo diplomático dos países latino-americanos e caribenhos e embaixador de Dominica na China, afirmou que, «ao apresentar este documento, confirmamos que a nossa relação não se limita a transacções e intercâmbios económicos, mas assenta em valores partilhados que transcendem as circunstâncias políticas e económicas, e na profunda convicção de que, juntos, podemos construir um mundo mais próspero, justo e sustentável», indica o Global Times.

A implementação do documento de política será fundamental para a continuidade do avanço de uma comunidade China-ALC com um futuro partilhado e terá impactos directos na cooperação em sectores como construção de infra-estruturas, tecnologia, educação, cultura, agricultura e outras áreas, acrescentou Charles.

O documento agora divulgado – destaca a fonte – esclarece a posição da China sobre a cooperação trilateral, declarando que a relação China-ALC não visa atingir nem exclui qualquer país terceiro, nem a ele está subordinada.

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