|Saara Ocidental

O povo saarauí jamais renunciará ao direito inalienável à autodeterminação

O direito à autodeterminação é «inalienável e inegociável», afirmou em Argel o embaixador saarauí, classificando como «vãs» as tentativas da ocupação marroquina de ocultar este direito legítimo.

Créditos / @NestorRego

Khatti Addouh interveio esta semana numa conferência organizada pelo jornal Echaâb, no âmbito da 13.ª edição da Universidade de Verão dos quadros da Frente Polisário na Argélia, tendo abordado os últimos desenvolvimentos da questão saarauí, como as violações dos direitos humanos e o saque aos recursos naturais do povo saarauí, indica a agência Algeria Press Service (APS).

Addouh destacou que o povo saarauí, liderado pela Frente Polisário, tinha uma mensagem «forte e clara» para este fórum, lembrando que «qualquer tentativa de ocultar o [seu] direito legítimo e inalienável à autodeterminação é vã», que «jamais renunciará a esse direito» e que «continuará a lutar até alcançar a independência».

«O Saara Ocidental, a última colónia de África, deve ser descolonizada sem mais demoras», insistiu.

O diplomata acrescentou que esta forte mensagem «deve ser ouvida neste momento crucial da história da questão saarauí», para que todos compreendam que «a única solução para esta questão é permitir que o povo saarauí exerça o seu direito à autodeterminação», e que as ambições expansionistas da ocupação marroquina «constituem uma ameaça à segurança e estabilidade da região».

Empresas que financiam ocupação devem ser responsabilizadas

Durante a conferência, Hassan Milid Ali, coordenador da Comissão Nacional Saarauí para os Direitos Humanos na Europa e membro da União dos Juristas Saarauís, destacou a situação «desastrosa» dos direitos humanos nos territórios ocupados do Saara Ocidental, bem como a pilhagem dos recursos do povo saarauí pela ocupação, numa «flagrante violação de todas as decisões judiciais e resoluções internacionais», refere a fonte.

«Qualquer exploração destes recursos sem a aprovação expressa do povo saarauí é considerada uma violação flagrante do direito internacional», afirmou, denunciando «a cumplicidade de empresas que investem no Saara Ocidental e, por isso, participam no financiamento dos crimes da ocupação». Neste sentido, exigiu a sua «responsabilização».

Repressão brutal e determinação

M'barek Sid Ahmed Mamin, responsável do dossiê das cidades ocupadas da União Geral dos Trabalhadores do Saara Ocidental, abordou também a situação «dramática» dos direitos humanos nos territórios ocupados, onde Marrocos – disse – continua impunemente a cometer graves violações contra o povo saaraui, submetendo-o «a um bloqueio sufocante e a uma repressão brutal».

Por seu lado, a activista de direitos humanos El Malouma Abdallah apresentou um testemunho vívido das violações sofridas por ela e pelos jovens saarauís nas prisões da ocupação.

Denunciando o bloqueio económico e o encerramento do território aos observadores internacionais, a defensora dos direitos humanos garantiu que «nada irá minar a determinação do povo saarauí em conquistar a sua independência».

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