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Greves em Espanha: taxistas paralisam Catalunha e médicos o país todo

Na Catalunha, os taxistas realizaram uma greve esta terça-feira e paralisaram o centro de Barcelona por quase quatro horas para «denunciar a exploração da Uber». Já os médicos realizaram uma greve em todo o país por uma carga de trabalho mais leve. 

Na Catalunha não há táxis esta quarta-feira e os taxistas de toda a região bloquearam as principais ruas do centro de Barcelona. O foco para a acção de luta volta a estar nos TVDE com os trabalhadores a exigirem sanções mais rigorosas para os veículos reincidentes e a pedirem às câmaras municipais que reforcem as fiscalizações. Além disto, insistem também que os partidos mantenham os «compromissos assumidos» como sector do táxi, tendo em vista a nova lei que deverá ser aprovada e que irá erradicar os TVDE.

Relativamente ao bloqueio das principais artérias da cidade, segundo a Mossos d'Esquadra, a polícia municipal de Barcelona, participaram 500 taxistas, porém, o sindicato que convocou a jornada de luta, o Élite Taxi, estimou o número em cerca de 1500. O sindicato encerrou o bloqueio após quase quatro horas, mas manteve a paralisação total do serviço até as 16 horas.

Os taxistas que realizaram piquetes estiveram ainda a colocar autocolantes com a palavra «esquirol» (fura-greves) nos veículos que continuam a trabalhar durante a greve. É importante lembrar que a mobilização não conta com o apoio da Agrupació Taxi Companys (ATC), do Sindicat del Taxi de Catalunya (STAC) e da Associació de Taxistes Pakistanesos de Catalunya (PakTaxi). A Élite Taxi garantiu que muitos desses motoristas já trabalham para a Uber simultaneamente ao serviço de táxi convencional.

Também em greve estiveram os médicos, sendo que neste caso foi uma acção nacional. Neste caso foram chamados a participar 100 000 médicos na luta contra a nova Lei-Quadro do pessoal do Sistema Nacional de Saúde (SNS) proposto pelo Ministério da Saúde. O protesto foi convocado pela Confederação Espanhola de Sindicatos Médicos (CESM), a maior, e pelo Sindicato Médico Andaluz (SMA), aos quais se juntaram algumas outras forças sindicais e profissionais médicas.

Os médicos exigem uma Lei-Quadro própria, enquanto que o Governo prevê um estatuto comum para todos os profissionais de saúde. A par disto, pedem ainda a redução do número máximo de horas semanais de trabalho e a melhoria da categoria profissional dos médicos para diferenciá-los de outras profissões da área da saúde, que consideram ter menos responsabilidade e formação. Por esta última reivindicação, conforme se pode ver, existem movimentações bastante duvidosas, uma vez que uma das exigências é a manutenção da possibilidade de os chefes de serviço poderem conciliar o seu trabalho no sector público e no privado, ao contrário do que propõe o Ministério da Saúde.

Em Madrid, mais de mil pessoas saíram às ruas e a maioria dos presentes na manifestação compareceu a vestir batas brancas enquanto empunhavam cartazes em que se podia ler «Médico ou escravo? Não quero continuar a ser maltratado» e «Dignidade e respeito à nossa profissão».

O seguimento da greve é incerto após uma mobilização aquém da registada em greves anteriores, como a de Junho. 
 

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