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|Peru

Prosseguem os protestos contra o governo golpista no Peru

Com o massacre de Juliaca, segunda-feira, o número preliminar de vítimas mortais nos protestos subiu para 46, mas o executivo viu reforçado o apoio num Congresso cujo encerramento os manifestantes exigem.

Manifestantes em Juliaca, Puno 
Manifestantes em Juliaca, Puno Créditos / Kawsachun News

Com 73 votos a favor e 43 contra, o Congresso peruano atribuiu, esta terça-feira, um voto de confiança ao gabinete liderado pelo primeiro-ministro Alberto Otárola, apoiando a repressão nas regiões «rebeldes» e confirmando a aliança existente entre executivo e Parlamento, onde a extrema-direita tem um peso decisivo.

As forças progressistas e de esquerda posicionaram-se contra o governo, a cujos ministros chamaram «assassinos», tendo ainda pedido a demissão da presidente da República, Dina Boluarte.

Quarenta e seis mortes depois da destituição de Castillo, a 7 de Dezembro de 2022, alguns congressistas juntaram-se às demandas que o povo «llano» tem feito nas ruas: demissão de Boluarte, encerramento do Congresso, eleições antecipadas já em 2023, criação de uma Assembleia Constituinte, uma nova Constituição.

Segundo refere a Kawsachun News, as regiões sul-andinas e a amazónica continuam a não acatar o golpe, e a região aymara de Puno, junto à fronteira com a Bolívia, tem sido o epicentro mais recente dos protestos.

Reacções ao massacre em Juliaca, na região de Puno

Na cidade de Juliaca, desse departamento, foram ali massacrados 17 civis, na segunda-feira, a que se juntou a morte de um polícia, ontem.

Depois disso, o primeiro-ministro, que decretou recolher obrigatório em todo o departamento, fez a defesa da Polícia e das Forças Armadas no Congresso, aplaudido pelas bancadas da extrema-direita, que pediram, inclusive, «maior dureza» a lidar com a convulsão social no Peru, indica a Prensa Latina.

Entretanto, o governador de Puno, Richard Hancco, pediu a demissão de Dina Boluarte e disse compreender a posição de uma grande parte da população, que a considera traidora.

Disse ainda que é falso que os manifestantes estejam armados e tenham explosivos, e que os protestos sejam financiados por actividades ilegais, como referiu o primeiro-ministro.

Hancco afirmou que a população de Puno participa de forma massiva nos protestos e que se recusa a fazer «um apelo à calma quando matam inocentes». «A autoridade ganha-se com o respeito do povo, não com balas», disse.

Participante na paralisação e nos protestos contra o golpe no Peru / Kawasachun News

Em Lima, uma congressista de direita afirmou que as vítimas do massacre de Juliaca foram mortas por «terroristas infiltrados».

Entretanto, refere a TeleSur, uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos deve chegar esta quarta-feira ao país para avaliar a situação.

Já a Procuradoria-Geral do Peru anunciou uma segunda investigação contra Boluarte, considerando os eventuais crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves.

O inquérito abrange vários membros do governo e está relacionado com a perda de 28 vidas, em Dezembro último, nas regiões de Apurímac, La Libertad, Junín, Arequipa e Ayacucho, e com o massacre de Juliaca, na segunda-feira passada.

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