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Prisioneiros palestinianos correm risco de vida devido a negligência médica

Um relatório publicado esta quarta-feira acusa as autoridades israelitas de terem impedido os presos de aceder a cuidados médicos, potenciando o agravamento das suas doenças e colocando alguns à beira da morte.

Bassam al-Sayeh faleceu, em Setembro último, numa cadeia israelita; a sua família e organizações de defesa dos direitos dos presos acusaram as autoridades israelitas de maus-tratos e negligência médica
Bassam al-Sayeh faleceu, em Setembro último, numa cadeia israelita; a sua família e organizações de defesa dos direitos dos presos acusaram as autoridades israelitas de maus-tratos e negligência médica Créditos / Middle East Monitor

A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revela, no documento, que pelo menos dez 10 prisioneiros se encontram em condições clínicas graves no hospital da prisão de Ramla, e que muitos só se podem mover em cadeiras de rodas, noticia a PressTV.

Segundo o documento, publicado esta quarta-feira, alguns presos estão em condições físicas tão frágeis que necessitam do apoio de outros presos para tomar duche, mudar de roupa, comer, beber e realizar outras rotinas diárias.

No hospital da prisão de Ramla, há três presos em greve de fome – mantidos numa ala de isolamento – e cujas condições de saúde são particularmente graves devido ao protesto prolongado e às duras condições do presídio.

A Comissão referiu no informe os nomes de três prisioneiros palestinianos cujo estado de saúde se agravou bastante devido a «negligência médica deliberada» por parte dos serviços prisionais israelitas.

Um deles é Mwaffaq Arrouq, de 76 anos, que sofre de cancro do estômago e do fígado, e que, apesar de necessitar urgentemente de sessões de quimioterapia, tem visto impossibilitado esse tratamento pelas autoridades da prisão israelita de Negev.

Outro caso é o de Amal Taqatqa, de 25 anos, que foi ferida com fogo real (três tiros) quando da sua detenção, em 2014. Taqatqa não consegue estar de pé por longos períodos, uma vez que o estado físico de uma das suas pernas, ferida, se está a agravar. As autoridades da prisão israelita de Damon têm recusado à jovem mulher os cuidados ortopédicos de que necessita.

Também na prisão de Damon, Rawan Samhan, de 26 anos, sofre de anemia, que lhe provoca dores de cabeça e tonturas permanentes, e necessita de cuidados médicos urgentes, que lhe têm sido negados, referem a PressTV e o portal palinfo.com.

Recentemente, houve notícias de que prisioneiros palestinianos em várias prisões sentem dores de cabeça agudas, devido à colocação de inibidores de sinal de telemóvel (jammers) nos presídios. Apesar dos protestos, as autoridades israelitas continuam a ignorar o impacto destes mecanismos na saúde dos presos.

Israel prendeu mais de 500 palestinianos em Setembro, incluindo 81 crianças

Num relatório conjunto publicado ontem, a Comissão dos Presos, a Sociedade dos Presos Palestinianos e a Addameer informam que Israel prendeu 514 palestinianos, no mês passado, na Faixa de Gaza, na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental. Entre os detidos, contam-se 81 crianças e dez mulheres, revela a agência WAFA.

As organizações referidas precisaram que 175 palestinianos foram presos em Jerusalém Oriental ocupada. No distrito de Ramallah foram 54; no de Hebron, 100; Jenin, 36; Belém, 25; Nablus, 45; Tulkarem, 21; Qalqiliya, 24, Foram ainda presos cinco em Toubas, oito em Salfit, dez em Jericó e 11 na Faixa de Gaza cercada.

Com estas detenções, o número de presos em cadeias israelitas chega a 5000, 43 dos quais são mulheres e 200 menores, referem as organizações de defesa dos direitos dos presos. Detidos ao abrigo do regime de detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, há actualmente 450 prisioneiros.

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