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O boicote inclui tanto as audiências relativas à renovação das ordens de detenção administrativa como as sessões subsequentes de apelo no Supremo Tribunal de Israel, refere a agência WAFA.

Com o lema «A nossa decisão é a liberdade», centenas de presos administrativos têm dado continuidade ao protesto, desde Janeiro, contra uma política de detenção controversa e condenada por diversas instâncias.

Em comunicado, os presos palestinianos afirmam que esta acção dá seguimento aos esforços dos palestinianos, há muito iniciados, «para acabar com a detenção administrativa injusta praticada contra o nosso povo pelas forças de ocupação».

Referiram-se aos tribunais que estão a boicotar como «instrumento racista e bárbaro que consumiu centenas de anos das nossas vidas sob a bandeira da detenção administrativa».

Nos últimos dias, presos com doenças crónicas na cadeia israelita de Ofer também têm estado a boicotar os espaços clínicos do cárcere em protesto contra a sua «injusta» detenção, indica a agência palestiniana.

Ao abrigo do regime de detenção administrativa, Israel mantém palestinianos nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, por períodos até seis meses, que podem ser infinitamente renováveis.

A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la.

Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de detenção, que é considerado ilegal à luz do direito internacional.

Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado.

32 mulheres palestinianas nas cadeias israelitas por resistirem à ocupação

A propósito do Dia Internacional da Mulher, que hoje se celebra, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) referiu que nas prisões israelitas há 32 mulheres palestinianas presas pelo seu papel na resistência à ocupação da sua terra e na luta de libertação nacional.

Desta lista fazem parte 11 mulheres que são mães e uma menor de 15 anos, afirmou a SPP, precisando que 17 foram condenadas a penas de prisão, sendo as mais pesadas 16 anos de cadeia para uma palestiniana natural de Jerusalém Oriental e outra dos territórios ocupados em 1948.

Uma mulher natural de Belém, condenada a 15 anos de cadeia, é a que está há mais tempo a cumprir pena – desde Junho de 2015 –, indica o organismo, citado pela WAFA.

Desde o início da ocupação, em 1967, Israel prendeu mais de 16 mil mulheres palestinianas pelas suas actividades de resistência, sobretudo durante a primeira e segunda intifadas (iniciadas em 1987 e em 2000, respectivamente), afirmou a SPP.

Entre 2015 e o final do ano passado, Israel prendeu cerca de 1100 mulheres palestinianas, sobretudo em Jerusalém Oriental ocupada.