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População sem-abrigo nos EUA atinge números recorde

A viver nas ruas ou em abrigos, a população sem-tecto nos Estados Unidos aumentou 12% relativamente a 2022, o que, em grande medida, se deve ao forte aumento dos que «ficaram sem casa pela primeira vez».

Um homem sem-abrigo em Oakland, Califórnia (EUA) (imagem de arquivo) 
Um homem sem-abrigo em Oakland, Califórnia (EUA) (imagem de arquivo) CréditosJane Tyska / sfstandard.com

O número de sem-abrigo nos Estados Unidos atingiu o nível mais alto desde que começou a haver registo da situação, em 2007, revela um estudo do Departamento da Habitação e Desenvolvimento Humano (HUD, na sigla em inglês). A isto não serão alheios o aumento dos preços da habitação e o decréscimo na ajuda prestada durante o período da Covid-19.

Publicado na sexta-feira passada, o relatório refere que o número de pessoas sem-abrigo (cerca de 653 mil) aumentou 12% desde o ano passado – o que equivale a mais de 70 mil casos.

Marta Fudge, secretária do HUD, escreveu na sua conta de Twitter (X) que os resultados do estudo mostram «a necessidade urgente» de soluções.

«A situação dos sem-abrigo não devia existir nos Estados Unidos», escreveu Fudge após a publicação do estudo, tendo acrescentado que «os dados revelam a necessidade urgente de apoio a soluções comprovadas e estratégias que ajudem as pessoas a sair rapidamente da situação de rua e que previnam» essa situação.

A este propósito, o periódico The Hill destaca que, embora o aumento abranja pessoas de todos os grupos demográficos, as famílias com crianças registaram um aumento ainda maior, de quase 16%. Outro elemento em destaque no relatório do HUD é que mais de um quarto da população sem-tecto tem mais de 54 anos.

No que respeita a «grupos étnicos», os ásio-americanos foram os que registaram um maior aumento percentual de sem-abrigo (40%), enquanto o grupo de pessoas que se identificam como hispânicos ou latinos registou o maior aumento numérico (mais 39 106 pessoas sem-abrigo; 55% do aumento total). Os afro-americanos, que representam aproximadamente 13% da população dos EUA, constituem cerca de 37% dos sem-abrigo no país.

«Falta de casas acessíveis e alto custo da habitação»

Jeff Olivet, director executivo do Conselho Inter-institucional sobre Sem-Abrigo dos EUA, disse que vários factores estão por trás do problema.

«As causas mais significativas são a falta de casas acessíveis e o alto custo da habitação, que deixaram muitos norte-americanos a viver de salário em salário e a uma crise de ficar sem tecto», disse Olivet, citado por The Hill.

Por seu lado, Diane Yentel, presidente e directora executiva da Coligação Nacional da Habitação para Pessoas de Baixos Rendimentos, disse que «os recursos e protecções históricos prestados durante a pandemia mantiveram milhões de inquilinos com habitações estáveis».

«O êxito destes recursos patenteia-se na diminuição do número de pessoas sem tecto durante esse mesmo período», referiu Yentel, citada pelo portal Common Dreams.

«Quando estes recursos de emergência se esgotaram e as protecções para inquilinos da época da pandemia expiraram, os inquilinos voltaram a entrar num mercado imobiliário brutal, com preços de rendas disparados e alta inflação», explicou.

População sem-abrigo nas ruas da Califórnia // Tayfun Coskun / Anadolu

«As taxas de pedidos de despejo atingiram ou ultrapassaram as médias pré-pandemia em muitas comunidades, provocando um aumento de sem-abrigo», observou, sublinhando que, «sem investimentos federais significativos e sustentados para tornar a habitação acessível às pessoas com rendimentos mais baixos, as crises de habitação a preços acessíveis e de sem-abrigo no país vão continuar a agravar-se».

Califórnia continua a liderar

Mais de metade da população sem tecto nos EUA encontra-se em quatro estados: Califórnia (28%), Nova Iorque (16%), Florida (5%) e Washington (4%).

Os estados que registaram um maior aumento percentual de sem-abrigo foram New Hampshire e Novo México – com 52% e 50%, respectivamente –, seguidos de Nova Iorque e Colorado, ambos com 39%.

Por comparação, o aumento na Califórnia foi «apenas» de 5,8% no espaço de um ano, mas a situação, ali, continua a ser alarmante. No estado da Costa Oeste vivem mais de 181 mil dos cerca de 653 mil sem-abrigo actualmente registados nos EUA.

Como afirma, The San Francisco Standard, os problemas da Califórnia estão claramente à vista de todos nas ruas de muitas cidades, incluindo San Francisco e Los Angeles.

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