«A Assembleia Geral [da ONU] deste ano foi muito importante porque notámos nos discursos dos líderes que a maioria dos países em desenvolvimento está cansada da hegemonia ocidental», afirmou Sabbagh numa entrevista concedida à margem do 78.º período de sessões.
O diplomata sírio referiu que «os países em desenvolvimento procuram agora uma liderança multipolar». «Esta polarização por parte dos norte-americanos já não é aceite», acrescentou.
Para o também representante permanente da Síria junto das Naçóes Unidas, o mundo já está num processo de transição para a multipolaridade.
«O que é bom é que já começou, já estamos nesse caminho. As coisas levarão o seu tempo, tenho a certeza, mas não vejo a possibilidade de que haja uma marcha-atrás», disse.
De acordo com o vice-ministro sírio, a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi outro dos temas bastas vezes referido nos discursos dos líderes mundiais.
O governo sírio classificou como «enganosas e mentirosas» as declarações de funcionários norte-americanos segundo as quais as medidas coercivas unilaterais impostas a Damasco não afectam o povo sírio. «Os funcionários da administração norte-americana e os seus representantes em Nova Iorque e Genebra continuam a enganar a opinião pública mundial e o próprio povo do seu país ao alegar que as suas sanções não afectam a ajuda humanitária à Siria», denuncia o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros num comunicado emitido ontem. De acordo com o texto, divulgado pela Sana, «os sírios enfrentam as sequelas do recente grande terremoto, escavando com as suas próprias mãos e com ferramentas velhas e simples para resgatar as pessoas que choram debaixo dos escombros, porque são castigados pelos Estados Unidos, que negam os materiais e equipamentos necessários» ao país árabe. O director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah (Hama) destaca, numa entrevista, os efeitos nefastos das sanções impostas pelas potências ocidentais – que se sentem bem na unidade hospitalar que dirige. A entrevista, concedida à jornalista e escritora britânica Vanessa Beeley foi publicada no passado dia 20 no portal thewallwillfall.org – no qual Beeley tem vindo a divulgar uma série de reportagens sobre a guerra de agressão à Síria. Issam Hawsheh é director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah, localizado no Norte da província de Hama, junto à planície do Ghab, e que serve uma população de 300 mil pessoas, entre Masyaf, a sul, e Jisr as-Shughur, a norte (já na província de Idlib). A cidade de as-Suqaylabiyah fica precisamente junto à fronteira da província de Idlib e muito perto de áreas controladas por grupos terroristas, pelo que a sua população é alvo de ataques quase diários por parte desses grupos, que lançam mísseis e morteiros «fabricados no Ocidente, pagos com o dinheiro dos estados do Golfo e fornecidos pela Turquia», diz Beeley na introdução à entrevista. A anteceder as declarações do director hospitalar, Beeley lembra ainda que os civis desta cidade têm sido alvo de bandos extremistas, que crianças foram assassinadas quando brincavam nas ruas, nas escolas e mesmo quando procuravam refúgio no mosteiro da cidade. «Nenhum local é seguro», alerta. Durante cerca de dez minutos, Issam Hawsheh fala – em árabe, com legendas em inglês – sobre o impacto das sanções impostas à Síria no sector da Saúde e, em particular, na unidade hospitalar que dirige. Num hospital com capacidade para 200 camas, só 120 estão disponíveis – devido às sanções. Algum equipamento hospitalar – incluindo máquinas de diálise, máquinas de suporte de vida na unidade de emergências – também deixou de deixou de funcionar, devido às sanções, uma vez que foi importado da Europa, as peças são europeias e a manutenção era feita por empresas europeias. Issam Hawsheh destacou também as grandes perdas ao nível do pessoal médico, que se devem aos ataques terroristas lançados sobre o hospital diariamente. Além disso, alguns funcionários, que tinham as suas casas ou as das suas famílias em áreas controladas pelos terroristas, sofreram diversos tipos de ameaças e coacções, para que não continuassem a trabalhar para o Estado sírio. Ao ser questionado sobre a «propaganda dos órgãos de comunicação ocidental», que diz que o governo sírio bombardeia hospitais em Idlib, Hawsheh sublinhou que «os cidadãos em Idlib são cidadãos sírios que estão a ser mantidos como reféns por grupos armados». «Se pudessem escolher, nenhum deles ficaria mais um minuto em áreas controladas pelos terroristas», acrescentou, frisando que «é impossível que o governo bombardeasse infra-estruturas depois de trabalhar 40 anos na sua construção, incluindo hospitais e escolas». Questionado sobre o modo como a imprensa ocidental se referiu aos terroristas que assassinaram crianças ali, recentemente, o director hospitalar afirmou que, «se uma pedra a abrigar um terrorista fosse atingida, o mundo ficaria escandalizado». Outro critério parecem ter sobre «as crianças que são privadas de educação todos os dias, de cuidados de saúde, que não podem ir para os parques por causa dos mísseis fabricados na Europa – na França, nos EUA, na Turquia e noutros países que reivindicam os princípios humanitários e valores democráticos», denunciou. Sobre os Capacetes Brancos, afirmou que se trata de uma «organização falsa» criada pelos serviços secretos britânicos, «actores que aderiram à ideologia terrorista, que influenciam os media ocidentais, enganam as pessoas no Ocidente, fazendo aumentar a pressão sobre o governo sírio». «Não são uma organização humanitária, uma organização que significa "cuidados médicos" e humanidade, de forma alguma», sublinhou. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por culpa das acções punitivas a que o país está sujeito, explica o Ministério, as equipas sírias de resgate e de Protecção Civil não possuem os instrumentos e a maquinaria necessária para chegar às pessoas atingidas que se encontram debaixo dos edifícios colapsados. O documento denuncia ainda o facto de ao povo sírio estar proibido o acesso aos medicamentos e materiais médicos que os possam ajudar a enfrentar as catástrofes e doenças, dando como exemplo o facto de o executivo de Damasco não poder comprar equipamentos e medicamentos para o tratamento do cancro. Também ontem, numa entrevista à TV libanesa Al Mayadeen, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Mekdad, sublinhou a necessidade imperiosa de ajuda humanitária à Síria, na sequência do sismo devastador que teve como epicentro a cidade turca de Gaziantep, junto à fronteira, e que, até ao momento, provocou mais de 7800 mortos e dezenas de milhares de feridos em ambos os países. «A catástrofe do terremoto que atingiu a Síria é grande, e o que aumentou a sua profundidade são as circunstâncias difíceis que o país atravessou nos últimos 12 anos, enquanto lutava contra o terrorismo e os seus apoiantes», disse Mekdad à Al Mayadeen. As operações de resgate avançam na sequência do terremoto de alta intensidade com epicentro na região fronteiriça turco-síria. As autoridades sírias pediram ajuda à ONU e denunciaram as sanções. Esta manhã, o número de vítimas mortais em ambos os países já passava de 5000, segundo os dados oficiais divulgados. As autoridades turcas, refere a PressTV, confirmaram que o terremoto de 7,8 na escala de Richter e as réplicas que se seguiram, no Sudeste do país, ontem de madrugada, provocaram a morte de mais de 3400 pessoas e que o número de feridos é superior a 14 mil. O epicentro sísmico teve lugar a cerca de 30 quilómetros de Gaziantep, junto à fronteira com a Síria. Neste último país, as províncias de Alepo, Latakia, Hama e Tartus foram as mais afectadas, estando confirmadas mais de 1600 vítimas mortais – não apenas em zonas controladas pelo governo. O sismo e as réplicas de elevada intensidade tiveram um impacto devastador em ambos os lados da fronteira, arrasando milhares de edifícios. Catherine Smallwood, da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse à AFP que o número de vítimas mortais pode chegar a 20 mil. «Existe a possibilidade constante de que ocorram mais colapsos, pelo que frequentemente vemos os números iniciais [de vítimas] multiplicarem-se por oito», alertou. Na Síria, com as pessoas feridas a chegarem a centros de saúde e hospitais, o governo lançou um apelo de ajuda ao mundo. Bassam Sabbagh, representante da Síria junto das Nações Unidas, disse à imprensa que entregou ao secretário-geral do organismo uma carta a pedir a ajuda e que recebeu garantias de que a Síria terá toda a ajuda possível nesta situação difícil. Na declaração, o Ministério dos Negócios Estrangeiros pede também à Cruz Vermelha e a todos os organismos internacionais, governamentais e não governamentais que apoiem as acções do país para enfrentar o desastre natural. Também agradece aos países e organizações que expressaram solidariedade, condolências ou vontade de ajudar. Venezuela, Líbano, Iraque, Rússia, Irão, Tunísia, Argélia, China, Nova Zelândia, Canadá e Espanha estão entre os países que já deram ajuda à Síria ou que anunciaram que o iriam fazer. Um porta-voz iraniano disse esperar que o mundo «envie rapidamente ajuda para os dois países», mas lembrando que a Síria enfrenta «circunstâncias especiais», em alusão às sanções e ao cerco que lhe são impostos por Washington e aliados, e que têm debilitado fortemente as infra-estruturas de saúde no país. Ontem, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Mekdad, também denunciou as sanções unilaterais impostas pelo Ocidente, que «exacerbam o sofrimento do povo sírio e agravam as sequelas deste desastre natural». Nua reunião com representantes de organismos e gabinetes da ONU que operam no país, garantiu a colaboração total do governo para que possam prestar toda a ajuda humanitária, indica a Sana. Vários organismos internacionais fizeram apelos de reforço ao financiamento da ajuda humanitária na Síria. Carsten Hansen, do Conselho Norueguês para os Refugiados, alertou que este desastre «vai agravar o sofrimento dos sírios, que já enfrentam uma grave crise humanitária». Por seu lado, o Conselho das Igrejas do Médio Oriente (MECC, na sigla em inglês) pediu o levantamento imediato das sanções impostas à Síria, afirmando que dificultam os esforços para garantir ao povo sírio os bens de primeira necessidade para responder ao terremoto devastador. «Pedimos o levantamento imediato das sanções contra a Síria e a autorização do acesso a todos os materiais, para que as sanções não se transformem num crime contra a humanidade», afirmou o MECC num comunicado, esta segunda-feira. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «O que exacerbou a tragédia e a catástrofe foram as sanções impostas pelos Estados Unidos e os países ocidentais à Síria», acrescentou, reiterando o apelo a todos os países do mundo para que ajudem o povo sírio a enfrentar a actual catástrofe humanitária. Mekdad agradeceu toda a assistência já recebida da parte de múltiplos países e organizações, bem como a solidariedade expressa à Síria e ao seu povo, tendo sublinhado a determinação do governo em permitir que a ajuda chegue a todas as regiões do país, «desde que não fique nas mãos de grupos armados terroristas». Igualmente ontem, o Crescente Vermelho Árabe Sírio pediu aos EUA e à União Europeia que levantem o cerco e as sanções impostos à Síria, que estão a dificultar seriamente o trabalho de ajuda às regiões do país afectadas pelo sismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Síria denuncia bloqueio, sanções e mentiras dos EUA
Internacional|
«As sanções económicas à Síria são terrorismo económico»
Sanções e terrorismo atingem o hospital
Cidadãos em Idlib são cidadãos sírios
Apoio ao terrorismo
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A Síria precisa de ajuda humanitária urgente
Internacional|
Com os trabalhos de resgate, aumenta o número de vítimas do terremoto
Síria pede ajuda ao mundo
É preciso acabar com as sanções, que «exacerbam o sofrimento do povo sírio»
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«Penso que isto é muito importante, porque a realidade das relações internacionais actuais não é correctamente reflectida no Conselho de Segurança. Precisamos deste alargamento do Conselho de Segurança, para que espelhe a realidade actual e também para que os países em desenvolvimento ali assumam um papel importante», referiu.
Luta contra as sanções
Além disso, declarou Sabbagh, Damasco exige a abolição imediata das sanções impostas à Síria.
As medidas coercivas unilaterais «são desumanas e imorais. Temos todos a responsabilidade de pedir o levantamento das sanções de forma imediata e incondicional», afirmou.
Neste contexto, acrescentou que as sanções afectam cada sector e cada cidadão da Síria, e agravam a situação humanitária no país.
«Penso que tudo o que se diz sobre as sanções não terem impacto na situação humanitária é falso e infundado», destacou o vice-ministro.
A este respeito, disse que a Síria perguntou em diversas ocasiões, nos contactos com países ocidentais, o porquê de instalações públicas no seu território, incluindo hospitais pediátricos, serem alvo de sanções, uma vez que se trata de ataques «contra o povo sírio e a humanidade».
Em encontros com o primeiro-ministro chinês e o presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, Bashar al-Assad destacou o papel que a China assume no mundo actual. No âmbito da visita oficial que está a realizar à China, o presidente da Síria foi recebido esta segunda-feira, em Pequim, pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, com quem dialogou e a quem expressou a ideia de que a amizade e a confiança bilateral assentam em princípios firmes, sobre os quais é possível avançar para o futuro. «A relação entre os nossos dois países poderia ganhar mais força com as três iniciativas propostas pelo presidente Xi Jinping para desenvolver a cooperação nas áreas económica e cultural, e criar projectos de investimento conjuntos dentro da Iniciativa Cinturão e Rota», disse al-Assad. O presidente sírio afirmou ainda que «a maior parte dos países espera com interesse que o yuan chinês se torne uma moeda mundial, para nos desfazermos do dólar, que se transformou numa arma ocidental contra as nações do mundo». No mesmo encontro, al-Assad agradeceu ao governo chinês pelo apoio ao país levantino na guerra contra o terrorismo e para enfrentar as sequelas do desastre causado pelo terremoto. A este propósito, Li Qiang reafirmou o interesse do seu país na reconstrução e na consolidação da estabilidade no país árabe. «O desenvolvimento na Síria enfrenta sanções e cerco e, como tal, a China deseja aproveitar a oportunidade para anunciar o estabelecimento de relações estratégicas para prestar apoio e transformar as vantagens geográficas da Síria em desenvolvimento e oportunidades», disse Li. Também na capital, Bashar al-Assad reuniu-se com o presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Lijie, a quem expôs a expectativa que o seu país deposita na China e nas iniciativas propostas por Xi Linping para «a transição do velho mundo, que depende da força, para o novo mundo, que se baseia na moral», indica a Sana. «A Síria espera com interesse o papel da China no presente e no futuro, na busca do benefício comum para os povos, em vez de lucro à custa dos outros», disse o presidente sírio. Bashar al-Assad iniciou, esta quinta-feira, uma visita «histórica» à China, a convite do seu homólogo chinês. Além da cimeira bilateral com Xi Jinping, prevê-se que mantenha outras reuniões de alto nível. À chegada ao Aeroporto Internacional de Hangzhou, al-Assad foi recebido pelo ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, o vice-presidente do Conselho da província de Zhejiang, Gong Xiwei, e o embaixador chinês em Damasco. Segundo refere a agência estatal Sana, os presidentes de ambos os países asiáticos vão realizar uma cimeira bilateral, estando ainda programada a participação de Bashar al-Assad em várias actividades nas cidades de Hangzhou e Pequim. Analistas políticos e órgãos de comunicação social classificaram esta visita como «importante» e «histórica», tendo em conta que é a primeira do género desde o início da guerra imposta ao país árabe, em 2011, e responde à vontade de Damasco de se virar para o Leste, reforçando a cooperação com países que ajudaram o país levantino a lidar com as consequências da guerra, do bloqueio e das sanções impostas pelo Ocidente. Especialistas chineses afirmaram ao diário Global Times que a visita representa um contributo para o reconhecimento do Médio Oriente ao conceito chinês de «desenvolvimento regional pacífico». Em encontros mantidos com as autoridades sírias, o ministro Wang Yi deixou clara a oposição do seu país à ingerência nos assuntos internos da Síria, bem como ao bloqueio e sanções que lhe são impostos. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China reuniu-se este sábado, em Damasco, com o seu homólogo sírio, Faisal Mekdad, e o chefe de Estado, Bashar al-Assad, com o intuito de consolidar as boas relações que ambos os países asiáticos mantêm há 65 anos e de as levar para uma nova fase, em todos os domínios. No encontro mantido entre Wang e al-Assad, este último destacou «a posição importante da China na arena internacional», acrescentando que «a Síria deseja ampliar as áreas de cooperação com Pequim a todos os níveis, tendo em conta a sua forte presença e as suas políticas morais, que favorecem a maior parte dos países e povos do mundo», informa a agência SANA. Bashar al-Assad agradeceu à China o apoio dado ao povo sírio em várias áreas, bem como os posicionamentos adoptados em fóruns internacionais em defesa da soberania, da integridade territorial e da livre decisão do país árabe. O presidente sírio pediu ainda a Wang que transmitisse as suas mais fraternas e calorosas saudações ao presidente Xi Jinping pelo centenário da fundação do Partido Comunista da China, refere a Xinhua. «Desde o estabelecimento dos laços diplomáticos, há 65 anos, a China e a Síria sempre confiaram uma na outra e apoiaram-se mutuamente», disse na reunião o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, que deixou clara a disposição do seu país para aprofundar «a amizade tradicional e promover uma cooperação para o benefício dos dois povos». A continuidade do apoio da China à Síria na luta contra a Covid-19, por via do abastecimento de vacinas e de outros materiais médicos, foi uma das questões sublinhadas. O chefe da diplomacia chinesa declarou igualmente que o seu país irá continuar a apoiar a Síria na guerra contra o terrorismo e na luta contra o bloqueio e as sanções desumanas que lhe são impostos. Reafirmou, além disso, a oposição à ingerência nos assuntos internos do povo sírio e em tudo o que afecta a soberania e integridade territorial do país levantino. Da parte do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, transmitiu a Bashar al-Assad as felicitações pela vitória recente nas eleições presidenciais, destacando que «o êxito deste processo demonstra a vitória do povo e a sua firme determinação em resistir a todos os desafios e tentativas de o dominar». Durante o encontro, o ministro chinês abordou ainda participação da Síria na Iniciativa Cinturão e Rota, que considerou de especial interesse devido à localização geográfica do país e ao importante papel regional que desempenha. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o periódico, al-Assad e Xi deverão debater questões sobre a cooperação prática entre ambos os países, em particular a participação da China na reconstrução da Síria. No entender de Yin Gang, investigador do Instituto de Estudos da Ásia Ocidental e África da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a visita de Assad aponta para a possibilidade de restabelecer as relações bilaterais ao nível anterior ao da guerra imposta em 2011, caracterizadas por uma vasta gama de cooperação e pela amizade estável entre os dois povos. Entre outros temas de cooperação prática a retomar, Yin referiu-se à exploração de campos petrolíferos, construção de reservatórios e outros projectos de infra-estruturas, bem como ao potencial de novas áreas. «A visita de Assad ocorre num momento em que a Síria procura uma nova diplomacia, equilibrada e abrangente, numa nova fase histórica, e a China é, sem dúvida, uma parte muito importante», disse Yin ao Global Times esta quarta-feira, sublinhando que «a Síria deposita grandes esperanças no envolvimento da China na reconstrução» do país. Por seu lado, Li Weijian, investigador do Instituto de Estudos de Política Externa, destacou o facto de a China apoiar firmemente «o reforço da coordenação e a independência estratégica» dos estados árabes, «para melhorar a estabilidade e o desenvolvimento regional de forma conjunta». Para Li, esta aposta chinesa no desenvolvimento pacífico, a nível regional e nacional, desempenhou um papel positivo para o avanço da reconciliação no Médio Oriente. Já o professor associado do Instituto de Estudos do Médio Oriente na Universidade do Noroeste, Wang Jin, destacou o empenho constante do seu país na resolução dos conflitos através da via diplomática, bem como a sua oposição à ingerência externa nos assuntos internos da Síria. Com a adesão à Iniciativa, o país levantino vê facilitada a cooperação com a China e com outros países, destacaram responsáveis sírios na assinatura do acordo, esta quarta-feira, em Damasco. A cerimónia de assinatura do memorando de entendimento, que prevê a integração do país árabe na Iniciativa Cinturão e Rota, decorreu nas instalações da Comissão de Planeamento e Cooperação Internacional, em Damasco. As partes estiveram representadas pelo presidente da comissão, Fadi al-Khalil, e pelo embaixador da China na Síria, Feng Biao, indica a agência Xinhua. Na ocasião, al-Khalil disse que a integração do país levantino na Iniciativa revive o papel da Síria na antiga Rota da Seda e irá ajudar a dinamizar tanto a cooperação bilateral com a China como a cooperação multilateral com outros países, que desejam cooperar com a Síria. Referindo o papel de cidades como Alepo ou Palmira, que hoje fazem parte da Síria, na antiga Rota da Seda, fez ainda questão de destacar a longa história de amizade e cooperação com a China, indica a Xinhua. Em declarações à imprensa, Al-Khalil sublinhou o modo como a integração na Iniciativa Cinturão e Rota abre perspectivas de maior cooperação com a China e com outros países, dinamizando os intercâmbios a diversos níveis. Em encontros mantidos com as autoridades sírias, o ministro Wang Yi deixou clara a oposição do seu país à ingerência nos assuntos internos da Síria, bem como ao bloqueio e sanções que lhe são impostos. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China reuniu-se este sábado, em Damasco, com o seu homólogo sírio, Faisal Mekdad, e o chefe de Estado, Bashar al-Assad, com o intuito de consolidar as boas relações que ambos os países asiáticos mantêm há 65 anos e de as levar para uma nova fase, em todos os domínios. No encontro mantido entre Wang e al-Assad, este último destacou «a posição importante da China na arena internacional», acrescentando que «a Síria deseja ampliar as áreas de cooperação com Pequim a todos os níveis, tendo em conta a sua forte presença e as suas políticas morais, que favorecem a maior parte dos países e povos do mundo», informa a agência SANA. Bashar al-Assad agradeceu à China o apoio dado ao povo sírio em várias áreas, bem como os posicionamentos adoptados em fóruns internacionais em defesa da soberania, da integridade territorial e da livre decisão do país árabe. O presidente sírio pediu ainda a Wang que transmitisse as suas mais fraternas e calorosas saudações ao presidente Xi Jinping pelo centenário da fundação do Partido Comunista da China, refere a Xinhua. «Desde o estabelecimento dos laços diplomáticos, há 65 anos, a China e a Síria sempre confiaram uma na outra e apoiaram-se mutuamente», disse na reunião o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, que deixou clara a disposição do seu país para aprofundar «a amizade tradicional e promover uma cooperação para o benefício dos dois povos». A continuidade do apoio da China à Síria na luta contra a Covid-19, por via do abastecimento de vacinas e de outros materiais médicos, foi uma das questões sublinhadas. O chefe da diplomacia chinesa declarou igualmente que o seu país irá continuar a apoiar a Síria na guerra contra o terrorismo e na luta contra o bloqueio e as sanções desumanas que lhe são impostos. Reafirmou, além disso, a oposição à ingerência nos assuntos internos do povo sírio e em tudo o que afecta a soberania e integridade territorial do país levantino. Da parte do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, transmitiu a Bashar al-Assad as felicitações pela vitória recente nas eleições presidenciais, destacando que «o êxito deste processo demonstra a vitória do povo e a sua firme determinação em resistir a todos os desafios e tentativas de o dominar». Durante o encontro, o ministro chinês abordou ainda participação da Síria na Iniciativa Cinturão e Rota, que considerou de especial interesse devido à localização geográfica do país e ao importante papel regional que desempenha. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Disse ainda que Pequim e Damasco vão intensificar as trocas comerciais, bem como aprofundar a participação de empresas chinesas na reconstrução de infra-estruturas e serviços no país árabe, contribuindo para o seu desenvolvimento económico e social. Foi ainda avançado, segundo refere a Prensa Latina, um conjunto de propostas para ligar rotas marítimas e terrestres, de modo a facilitar as trocas com países vizinhos e criar zonas comerciais. Por seu lado, o embaixador Feng Biao afirmou que o acordo aprofunda a cooperação bilateral e garante um maior contributo para a reconstrução económica e o desenvolvimento social da Síria. De acordo com Feng, a Iniciativa Cinturão e Rota, a que aderiram cerca de 150 países e mais de 30 organizações, é a plataforma mais vasta de cooperação a nível mundial. A iniciativa foi proposta pela China em 2013 com o objectivo de construir uma rede comercial, de investimento e de infra-estruturas capaz de ligar a Ásia e outras partes do mundo, através da antiga Rota da Seda e para lá disso. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O investigador notou como isto «está em franco contraste com os EUA, que têm uma imagem de provocadores no Médio Oriente, e de não assumirem as responsabilidades que possuem». Damasco e Pequim têm relações fortes há vários anos. Durante a guerra, a China manteve sempre essas ligações com a Síria, enquanto os países ocidentais apostavam na sua destruição. Além de se opor ao bloqueio imposto pelo Ocidente, a China recorreu ao direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, em 2012 e 2017, contra projectos de resolução apresentados por Washington e seus aliados contra o país árabe. Mais recentemente, em Julho de 2021, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, efectuou uma visita a Damasco. No final desse ano, os presidentes dos dois países reafirmaram, em conversa telefónica, a vontade de promover a cooperação e manter o apoio mútuo nos espaços internacionais. Em Janeiro do ano passado, Síria e China firmaram um acordo que estipula a integração do país levantino na Iniciativa Cinturão e Rota, lançada pela China em 2013. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, o presidente do principal órgão legislativo da China defendeu o aprofundamento da colaboração amigável, para salvaguardar os interesses comuns e promover o desenvolvimento da associação estratégica bilateral. Zhao, refere a Xinhua, afirmou o conceito chinês de construção de uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade, tendo manifestado a disponibilidade para trabalhar com a Assembleia Popular da Síria, com o intuito de fortalecer os laços e as trocas a todos os níveis. O presidente sírio chegou ao país do Extremo Oriente na última quinta-feira, tendo assistido à inauguração dos XIX Jogos Asiáticos, na cidade de Hangzhou (província oriental de Zhejiang). O chefe de Estado também se reuniu com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, com quem decidiu estabelecer uma associação estratégica entre ambos os países. Além disso, subscreveram um acordo de cooperação económica bilateral, um memorando de entendimento para o intercâmbio e a colaboração na área do desenvolvimento económico, e um memorando de entendimento sobre o plano de cooperação no quadro da Iniciativa Cinturão e Rota. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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«Continuaremos a fazer mais nesta direcção (…). A China, a Rússia e outros países são actores-chave nesta questão; continuaremos o nosso trabalho com eles», disse Sabbagh.
O diplomata informou ainda que a Síria também coordena os seus passos com os países afectados pelas medidas coercivas unilaterais, como Cuba, que «se encontra há décadas sob a opressão do bloqueio norte-americano».
Сooperação estratégica entre Damasco e Pequim
O país levantino e a China estão a intensificar a cooperação em áreas estratégicas, sublinhou Sabbagh.
Damasco e Pequim «estão a aprofundar as suas relações em âmbitos estrategicamente importantes», disse o diplomata, no contexto da Assembleia Geral da ONU, tendo classificado como «evento histórico» a sua viagem recente à China, em visita oficial.
Pequim «está a investir no desenvolvimento dos países que sofrem com a política incorrecta e com o controlo por parte das instituições ocidentais», defendeu Sabbagh, que disse esperar que a China desempenhe um papel importante na reconstrução da Síria.
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